A VEBMA e as Mães
 
 
Quem nunca ouviu falar em Vebma? Trata-se de uma bebida maravilhosa, degustada por muitos, especialmente em eventos e comemorações em geral. Para seus aficionados consumidores, esse líquido é tão importante que deveria substituir a água; é como se fosse o líquido dos deuses, “deuses” esses que fazem de alguns produtores de Vebma uns dos homens mais ricos do mundo. Na verdade, é uma droga lícita, mas viciante, confundida com cerveja e consumida, abundantemente, até mesmo em festas “religiosas” e “infantis”, em todas as classes sociais, sobretudo na chamada classe média brasileira.

O que os magnatas da Vebma fazem com a fortuna adquirida com a abundante venda e consumo do seu precioso líquido eu não sei. Imagino que, entre outras atividades, eles trabalhem muito para melhorar sua marca, digo melhorar em termos de imagem e capacidade de persuasão; que viajem o mundo inteiro vendendo tudo; conheçam cada palmo desse planeta embevecido e vivam uma vida altamente luxuosa.

Enquanto isso, parece que seus clientes consumidores só reconhecem como vida um copo de Vebma; devo dizer vários copos, pois há também as apostas entre amigos: vamos ver quem bebe mais. Como, e nesse caso, mais não fosse menos, para os vebmeiros, economizar é uma derrota imperdoável. Então que seja assim, pois os fabricantes e seus revendedores agradecem.

Não sei por que esse líquido faz a cabeça de tanta gente, só sei que mãe não gosta de Vebma, pelo menos 90% das mães não aprecia esse precioso líquido. É que mãe tem o coração mole, e a Vebma é muito dura. Por ser, quase sempre, apreciada em demasia, ela faz os filhos perderem a cabeça, e as mães chorarem muito – por diversos motivos –, às vezes, lágrimas de sangue.

Todavia, muitas vezes as lágrimas são secas, e as mães choram em silêncio. Mas o tal líquido é tão precioso que arranca lágrimas também dos filhos e até mesmo da família toda. Em resumo, quase todo mundo chora, chora até o vebmeiro; só não chora o vebmista. Como já disse um grande poeta: “A lágrima é verdadeira.” No entanto, para os metacapitalistas da Vebma, isso não importa, pois o metacapital é um lenço fino – não serve para enxugar lágrimas – e bolso de fidalgo não tem fundo.

 

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