visitas domiciliares.

largando mão de toda a parte técnica, e de todo olhar academicista sobre esta ação tão importante e fundamental para a estratégia de ações de tantos profissionais, a visita domiciliar pode ter um caráter tão humanístico e de aproximação à vida e a realidade do outro, ímpar.

como vamos nos reconhecendo humanos e vulneráveis compreendendo melhor o que se passa conosco e tendo como espelho e referência a experiência alheia.

também ao ser permitido o acesso ao espaço do outro, independente da condição que o leve a este, é de tamanha importância e respeito, que merece toda atenção e prioridade dos cuidados com o trato da questão que se apresente aos olhos.

a visita domiciliar traduz um aprendizado, um reconhecimento, uma consolidação de tantas informações (ou não), que fomentaram as impressões do contato com o outro.

mas uma coisa que fica claro, que entrando no espaço do outro, pois às vezes esquecemos de perceber isso partindo do nosso espaço, pois acreditamos estar tão familiarizados com nossas próprias coisas, percebemos que estamos interligados em um conjunto de ações e reflexos, que acaba por se reproduzir das mais variadas formas, nas mais variadas situações e de acordo com a capacidade individual, grupal e coletiva de lidar com estas expressões.

mas também no ambiente, no meio que está inserido, traduz como o local, o território, o espaço ocupado, é em escalas visíveis e convencionadas pela normativa social, é priorizado ou renegado, ou mesmo desprovido de meios para promoção de quem está nele inserido.

mas, também o intuito maior desta reflexão inconclusa, na verdade é uma provocação para que eu mesmo, consiga organizar tudo o que estas ações promovem.

vejo como também nossas histórias são entrelaçadas e como necessitamos um dos outros para podermos perceber à ordem das coisas e a necessidade de trabalharmos de fato pelo bem comum.

para isto, se faz necessário ter olhos justos, mas também reflexivos e críticos, para poder elencar tudo o apreendido no campo, no espaço, na acolhida do outro, ainda que de forma breve e única.

na visita domiciliar há uma gama infinita de informações e véus descobertos, mas também há proximidades infindáveis que se criam.

e tudo isto merece a devida importância, assim como o devido respeito.

e o respeito maior da aproximação de um ser a outro, de uma vida a outra, que em condições normais talvez nem se encontrassem.

e havendo a abertura e desvendamento, que haja a compreensão de si, do outro, do seu olhar e o olhar do outro sobre estas coisas e na intersecção disto tudo, se extraia o ponto humanístico que liga e talvez traduza o que precisa ser colhido e informado.

sabendo que esta apreensão nos traduz como seres que preambulam pelas mais infindáveis possibilidades de conseguir se fazer e estabelecer pela vida.

traduz como nesta perspectiva, precisamos sim um do outro, para nos reconhecemos, nos traduzirmos e nos ajudarmos a atingir uma forma humana melhor de existência e apropriação da vida,reprodução da vida. seja ela em todos os níveis que forem, inclusive a material.

(reflexão em construção)

jo santo

zilá

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 21/07/2019
Código do texto: T6700864
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