Déjà Vu
Imaginem engrenagens, não somente, mas todo tipo de conexões que ocorrem em um instante Utilizo a imagem de engrenagens por ser a forma que vislumbrei, mas existem formas muitos mais sofisticada de pensarmos as relações. Sentidos captando sons, imagens, os mínimos detalhes que a percepção mais evidente não deixa perceber, embora possamos sentir. Todos estes fluxos de conexões se interconectam em um processamento que criará aquilo que chamamos de impressão. Mas a impressão é passageira e como segue o curso dos acontecimentos, não pode se repetir.
Dito isso, imaginemos, se pudéssemos desenhar, um quadro que refletisse a impressão de um momento, um instantâneo cheio de canais. A partir disso eu faço a afirmação hipotética de que os processos de conexão são finitos, apesar de serem ilimitados. Utilizo como prova o denominado déjà vu.
Entendo um déjà vu como uma nova sequência de conexões que se dá a partir de uma base de conectivos limitados e que faz com que sua percepção capte em síntese e reproduza o processo, causando com efeito uma sensação, que seria a impressão de algo já acontecido. A nova impressão não é a impressão primeira, mas a consequência somatória dos conectivos que por seu caráter móvel, voltaram a criar uma sequência já percebida e que sensibilizam os sentidos, fazendo com que os mesmos reajam e criem um estado de sensação que remonta ao estado anterior, por um dispositivo de impressão, já que a memória dos sentidos recodifica os antigos sinais e faz acentuar a coincidência, pelo caráter único e significativo de sua padronização de sentidos.