ESTAVA SÓ

Eu estava só. Sim, eu estava me sentindo muito só, como se desprezado do mundo, dos “amigos sol” aqueles que só aparecem quando o tempo está bom.

Lembrando de tantas coisas, tantos rostos, consultando minha agenda ou olhando para o celular na esperança que viesse uma ligação dalgum lugar, ou de um desses tantos colegas que a gente constrói no caminhar. Quem sabe um oi, um como vai etc., pudesse preencher naquele momento o vazio que eu estava sentindo.

Mas o telefone continuava mudo e dentro de mim uma angustia gritava. Mas não adiantava, eu estava só.

Sem amigos, sem colegas, sem convites, sem trabalho, sem animo e muito nervoso. Eu estava me sentindo a pessoa mais solitária e imprestável da cidade em que resido.

Sem importância, sem alegria sem perspectiva de uma mudança na situação.

O que de fato eu estava sentindo falta? EU NÃO SEI... Talvez o sentimento de exclusão, de ser ignorado, de não poder estar fazendo as coisas que queria, ou conquistando o que acho que necessito.

Sinto até vontade de pecar, sim de pecar pra ver se a vida ganha algum sentido, encontrar outra vida que quisesse pecar junto comigo sei lá.

Esquecido, desprezado e sem a menor importância para ninguém.

Cheio de sonhos, vontades, relutâncias, cobranças e duramente sem a menor vontade de nada. Nem sei por que ainda escrevo nesse momento. Talvez seja uma fonte que vem a suprir a falta de atenção ou algo assim.

Sinto que não estou bem, não. Eu não estou nada bem. Mas ninguém precisa saber disso, afinal, não interessa a ninguém.

O fardo é meu, eu que o carregue.

Quem sabe ainda tenha uma boa noticia que me dê animo, afinal o dia está apenas começando. Tanta estrada para caminhar, e eu aqui parado. Tanto sonho a conquistar e eu aqui dormindo acordado.

Há tempos vem sendo assim. Sinto uma tristeza imensa, um vazio uma desvontade, e essa dor no estomago que não passa, e esse sentir fragilizado de pensamento, e esse nada que nem o tudo poderia entender?