O Melhor do Pior

(No contexto da morte ou perda de alguém especial)

Muitas vezes é necessária a experiência no pesar.

Haja o que houver, temos que extrair sempre o melhor das coisas.

É fácil fazer isso quando garimpamos no veio do melhor o seu melhor, difícil e penoso mesmo é a extração do melhor no seio do pior.

A dor quando vem e desembuça o seu véu, por certo nos traz o peso da saudade, da culpa, da tristeza do desamparado, não necessariamente todos de uma vez, nem todos para um mesmo vivente, mas ele, o sofrimento, por óbvio, apresenta, o seu cartão de visitas com esses atributos. É a face do pior, mas mesmo ela, inevitável, como a própria inexorabilidade da vida, aparece para renovar o ciclo da existência e também para nos ensinar algo importante, que num primeiro momento a turvação das lágrimas não permite identificar.

Estou falando do aprendizado, e é aí que devemos extrair o melhor do pior: sorver o ensinamento necessário.

A dor lancinante, o tempo se encarregará de conduzir a um recanto sereno do coração substituindo-a com o desfolhar dos dias por uma lembrança amena dos bons momentos.

Assim acontecerá com todos aqueles que se encontram em alguma medida enlutados, assim aconteceu comigo, assim acontecem com todos.

É a razão deste sábio senhor, o tempo, afinal com perdão do trocadilho, ele, o TEMPO é, de fato, O SENHOR DA RAZÃO.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 21/07/2018
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