Uma Nova Maquiagem
Uma Nova Maquiagem
A comunicação tradicional, com ou sem a ajuda da tecnologia tem se dinamizado cada vez mais, porém a sua a face ainda carrega predominantemente o semblante da palavra verbalizada ou escrita: uma expressão bifacial que a textura do tecido frio da sociedade, parece nos vestir como se fora o uniforme obrigatório do dia-a-dia.
Porém, existem outras formas de fazê-la que não pela tradicional palavra, mesmo por aquelas pessoas mais apressadas e indiferentes dos hodiernos tempos: a comunicação pelo coração: o saber CALAR, para poder OUVIR; o saber PERDOAR para poder PROSSEGUIR; o saber COMPREENDER, para poder JULGAR; o saber SE COLOCAR, para poder SENTIR. Esse "saber ... para..." pode ser traduzido numa única e essencial palavra: "EMPATIA".
O exercício diário, em alguma medida, pode, para nós, parecer penoso, não pelo fato em si da própria empatia, mas pela falta de hábito em praticá-la.
Talvez este seja um das questões mais prementes desta nossa sociedade competitiva, na qual todos nós, em maior ou menor escala, nos urgimos em conseguir o título de propriedade da verdade, para depois de esculpida pelo cinzel da nossa própria conveniência, apresentemos às pessoas como se fora um dogma, o nosso dogma particular [nota 1]: sair da nossa zona de conforto social e existencial para conjugarmos o verbo SOLIDARIZAR [nota 2] em prol daqueles que necessitam, em todos os tempos e modos possíveis que o nosso coração e a nossa sensibilidade permitir e que a dor alheia nos infligir.
Portanto caros leitores, não basta apenas nos mostrarmos com uma maquiagem bonita no rosto, um sorriso protocolar, um “tapinha” formal nas costas, um aperto de mão social, é preciso uma nova maquiagem, não estética mas comportamental: transformar os corações para que em vez de apenas de sorrisos fotográficos, frases feitas, mensagens importadas de sites especializados, possamos também oferecer um abraço que sirva também de agasalho, um ombro que sirva de anteparo, um ouvido que sirva de porto seguro.
Em vez de antipatizar, que tal “empatizar”?
Notas:
[1] Leia também meu ensaio “Lutamos por uma causa, e não apenas pela defesa de um lado” e “Coerência X Conveniência”, da minha série “Dualismos”.
[2] Leia também o meu ensaio “Um fio de esperança”
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
23 de junho de 2018
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