Lutamos por uma CAUSA e não apenas pela defesa de um lado.

CONVITE À REFLEXÃO

(A conveniência política não deve se sobrepor à justiça nem à razão)

No espectro político, muitos lutam para defender especificamente um ou outro lado, num exercício de MERO SECTARISMO, independentemente de qual lado da moeda esteja sobre a mesa.

Gastam tempo e energia em torno deste objetivo, resumindo o cerne da questão apenas às sua predileções pessoais, que assumem um caráter dogmático, como se o juízo de valor formado por uma parcela significativa da sociedade fosse apenas um detalhe e que todas as evidências e indícios encontrados em relação à QUALQUER infrator, fosse um delírio de mentes contrárias ao seu ideário.

Aí travam uma luta resumida a apenas a questão do lado, ou seja da aparência esquecendo-se da essência dos fatos, numa tentativa de apontar para o lixo do vizinho, enquanto o seu próprio lixo está convenientemente escondido embaixo do tapete.

Devemos, sim, empreender nossos esforços em defesa de uma CAUSA MAIOR: ATEMPORAL, IMPESSOAL, INTRANSFERÍVEL. Uma "causa", ao contrário do "lado", pela sua natureza, é universal, perene, e desta forma não se prende a partido, nem a uma pessoa ou grupo, nem está à serviço de uma única ideologia ou qualquer outra circunstância de momento.

Enquanto não entendermos isso de forma clara, enquanto acharmos que a solução é apenas prender aquele nosso desafeto político, ou libertar os nossos favoritos de plantão, por exemplo, preservando incólumes os nossos corruptos de estimação, seremos apenas A EXPRESSÃO DAS NOSSAS CONVENIÊNCIAS e nos dividiremos ainda mais, propalando discursos de ódio e intolerância de forma cada vez mais contundente.

Porém, se compreendermos que nós, cidadãos honestos e honrados, temos a mesma raiz e empunhamos a mesma bandeira em prol do combate à corrupção e de todas as mazelas sociais, INDISTINTAMENTE, UNIREMOS OS ESFORÇOS e em vez de competirmos uns com os outros pela propriedade da verdade, buscaremos alcançá-la de forma justa, imparcial e isenta no exercício da nossa livre consciência e da nossa cidadania.

Se hoje a ordem do dia é punir DETERMINADOS POLÍTICOS, que se cumpra e se vigie e se cobre vigilância. Todavia, se amanhã a ordem do dia, for outra, se as algemas forem destinadas a outras mãos, igualmente sujas, que se cumpra com a mesma determinação e coerência, NÃO IMPORTANDO se essas mãos e os dedos carregam o DNA e as digitais desse ou daquele partido, dessa ou daquela corrente ideológica.

Só assim estaremos construindo um país verdadeiramente justo e igualitário e não um circo onde os leões que não gostamos estão devidamente (e justamente) enjaulados, enquanto os nossos felinos de estimação devoram impiedosamente o público na arquibancada, a qual chamamos de sociedade.

NOTA:

Veja também meu ensaio COERÊNCIA X CONVENIÊNCIA, da série Dualismos.

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CONVITE

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