pensão alimentícia.

ao conversar com o enivaldo, lembrou que esta pode virar um fantasma de dezoito anos, por imprudência.

por não se levar em consideração as possibilidades reais de ter um filho.

este pensamento me remeteu a um pensamento mais profundo ainda, na ausência de estrutura de manter a proteção familiar, que tanto se é esperada.

mas, não é nada reparador.

na verdade é algo conscientizador do vínculo de responsabilidade por toda a vida, com aquele ser gerado, que se faz mister no período de sua formação de identidade e individualidade. de formação como ser.

ainda assim, tal leitura está num nível raso.

me vi pensando em todos os amigos e amigas que tiveram seus pais separados, assim como eu mesmo, que aconteceu na vida adulta de todos os irmãos e os desdobramentos deste processo.

e mesmo adultos, como em muitas decisões ficamos aquém e simplesmente temos que administrar a vontade alheia de cada ente do casal.

e devemos dar conta disto, como quem engole o rícino mais grosso e viscoso. que desce a garganta mais pesada e densamente.

e ainda assim, há lutas e batalhas, depois do ato de ter os filhos, impensando suas posições após gerados.

estes não são agentes das circunstâncias, estes são um produtos das circunstâncias e ações paternas.

há uma inversão de valores, após os atos de gozo que levaram a fecundação e geração.

e parece que esta história se repete infinitamente descuidada.

como ter filhos fosse mera consequência do relaciolamento, algo que pode estar no pacote e se dá um jeito (ou não).

há quem fuja da responsabilidade e não é mais reencontrado.

há quem displicentemente caminha para tal situação.

e isto é algo perverso do casal.

pensar que a responsabilidade pode ficar na solução de uma pensão alimentíca (ou da prisão de quem não honra o compromisso da "subsistência"), é de uma crueldade com quem pode vir numa roleta russa, pela mesquinhez do gozo onde este não está bem alicerçado para outros desdobramentos mais profundos, que seguirão pela vida toda, muito além dos dezoito anos e de um pré-natal bem ou realizado desestruturadamente, cheio de medos, mistérios e incertezas. recheados com generosas porções de descuido.

ainda que haja o amor das partes, a vulnerabilidade da relação que não alcança o nível da permanência (ainda que as pessoas não sejam obrigadas à ficar com outras, sobre quaisquer argumentos e situações), isto não deixa de acorrentar a prole à mercê das marés e humores do casal incauto.

não haverá reposição a altura da ruptura e menos ainda do passo pretérito, impensado, que arregimenta novos seres aos seus desdobramentos e histórias.

posso estar sendo muito radical ou simplista na análise, mas diversas questões me levantaram tais questionamentos, que formam isto que divido com quem ler.

quem o fizer o puder discutir comigo suas impressões, por favor o faça, pois este pensamento recorrente, não é fechado, mas foi intrigado por uma alma em repleta e constante dúvida sobre as coisas e tudo.

jo santo

zilá

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 07/05/2018
Código do texto: T6329903
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