bocado.
cada um de nós temos nosso próprio bocado à experimentar.
daí, é tolo querer o bocado do outro, ou mirar na parte alheia que parece ser mais suculenta ou interessante.
os paladares e os quereres são diferentes, daí o mesmo bocado pode ser significados os mais variados, e o que parece ser bom com os outros, ao provarmos pode-se perceber que no fundo aos nossos sentidos, não nos significa grande coisa.
olhar o bocado servido ademais com cobiça, além de tolice, pois já temos muito o que saborear e/ou transformar do nosso próprio, é muitas das vezes ilusório.
mesmo por que nem sabemos se no íntimo o bocado que o outro sorve, lhe parece tão agradável assim.
podemos sim trocar sabores, dar um pedacinho de cada bocado, para na integração possamos criar novos significados e sabores.
hoje procuro mesclar bocados, procuro ver na experiência do saborear do outro, no que traduz em si, novas referências.
mas começo a desapegar da importância que os bocados parecem ter ao primeiro olhar.
olhar para o que nos provém e o que de verdade nos nutre e significa, tornado mais sensíveis, nutridos e melhores (saudáveis), isso que vale.
e que essa saúde possa sim, servir de ponte e referência para que os demais encontrem em seus bocados a mesma fonte de potencialidade.
daí, trocando a cobiça e a inveja, se dará a integração e a troca de saberes e sabores.
jo santo
zilá