materialismo.
nunca pensei em escrever sobre isto, mas também não tem como finalidade nenhum tratado...
também não quero colocar aqui nenhuma perspectiva religiosa ou mística, apesar que de alguma forma poderá remeter à tal concepção.
mas a bem da verdade que não consigo entender o motivo de dar tanta ênfase ao materialismo.
talvez uma única justificativa plausível, seja que independente de como acreditemos sobre a sobrevivência da alma e espírito (ou não), esta identidade que possuímos se extinguirá, ao não pertencermos mais a este plano da matéria, portanto haja uma necessidade mister em vivenciar tudo com extrema gana e emergência, pois definitivamente a vida como se apresenta nessa identidade atual, seja pela perspectiva de uma única ou várias vidas, será só esta.
daí os sentidos pendem para viver tudo o que for possível no momento. e viver tudo o que for possível e que nos faça bem, perpassa pelo materialismo...
mas viver implica em movimentos muito mais complexos e diversificados do que sentir e ter acesso às coisas que a matéria proporciona.
o corpo físico pede outros elementos salutares como a imaginação, a reflexão, a filosofia, as emoções, a mística (de alguma forma), o utópico (pelo sonhar) e tantos outros movimentos.
o materialismo deveria ser o elemento a proteger a integridade das coisas, pois tudo o que vivemos é único e manter o que pertence a este viver, conservar, proteger e dividir, deveria ser a tônica mais lógica e justa, pois poderíamos experimentar de forma mais intensa possível a experiência de estarmos nesse plano, nos mais variados espaços e com as mais diversas possibilidades de experiências.
daí produziríamos uma riqueza ainda maior, de identificação humana.
mas, tomados pela necessidade de nos fazermos sobressair e de deixar nossa marca, como se isto fosse o fundamental (a imortalidade e a notoriedade), atropelamos tudo e todas as outras expressões para deixarmos nossas marcas.
o materialismo como concebemos necessita deixar suas marcas, seu espaço demarcado, seu individualismo, pois talvez não seja possível todos serem lembrados e muito menos as ações serem diluídas, pelo viver comum (não que com isto seja tudo igual).
acho que na verdade isto que escrevo seja embrionário e evidentemente muitas pessoas já escreveram perpassando pelos mesmos pensamentos, não há novidade.
só consto nos meus autos, para começar a pensar com mais propriedade sobre isto e dizer que ao meu ver, o materialismo não me representa em nenhum sentido, ainda que me renda ao que foi convencionado como forma de agirmos em sociedade civilizadamente.
de que forma esta sendo estabelecida este viver. e ainda por quais motivos reais.
penso que o tempo é curto demais, para nos rendermos somente a um único propósito e forma de se viver.
acho que há tantas possibilidades alternativas e nem por isso menos verdadeiras de se atingir a significância da vida e do tempo neste plano, que com certeza o materialismo acaba se limitando no seu próprio âmago.
jo santo
zilá