amor a me circundar.
continuo a minha caminhada sozinho.
engraçado experimentar isso por tantos anos.
é tão familiar como me alimentar.
é tão simples como respirar.
mas sufoco-me com minha solidão.
mesmo estando por momentos ao meu lado, sei que segue seu caminho acompanhado.
eu já vou para outro lado sozinho.
às vezes cruzo o caminho dos meus familiares, dos meus amigos, dos companheiros do trabalho, dos amigos da escola.
mas a certeza é seguir só.
acho que não sei andar acompanhado como os amantes.
como é que faz ser namorado, amante, companheiro, compartilhando os dias?
definitivamente não sei fazer isto.
talvez por covardia. talvez por sigilo excessivo.
talvez por não querer deter a ninguém.
talvez por querer me infligir uma penitência, sei lá!?
o fato que sigo só, vendo tantas cenas ao meu lado.
acompanhando tantas histórias como fazem as fadas-madrinhas.
há tanto amor para elas, mas de forma distante, num imaginário.
acho que é este meu lugar-amor: o imaginário.
talvez lá o amor seja abundante, e não esteja só, a tanto amor a me circundar.
jo santo
zilá