espectro.
não ser mulher (como fazem questão de me lembrar), mas também não ser um homem (da maneira como sinto, penso e me reconheço), acredito ser meu principal estigma.
este detalhe, gera mil desdobramentos, frases de impacto, lágrimas, rudes posicionamentos alheios, uma infinidades de situações, fatos, coisas e circunstâncias...
um leque de coisas que me acompanham no transcorrer de minha vida, que corre muito rápida.
talvez e também por este motivo, o que digo, vejo, percebo, faço, acabe soando incompreensível à razão que rola aí.
já que na mesma proporção que não analisarei como uma mulher (que não sou), também não o faça como homem (que não me entendo ser).
não ser uma coisa ou outra é meu dilema, parece ridículo e absurdo de conceber, mas o que fazer com a coisa que não sou e a outra que não me entendo e nem quero ser?
vestir-me de algo qualquer que não me cabe, jamais o farei, portanto meu estigma é seguir como um espectro, dentro do que seja possível se viver e das condições que me são dadas.
jo santo
zilá