visgo (repulsivo?).
as coisas que escrevo não fazem sentido.
sequer me fazem sentido ou me traduzem.
apenas escorrem por minha mente, confusa mente, como letras, palavras, frases difusas, sem nexo causal.
frases sem os precisos conectivos, pois elas são lançadas, projetadas de forma plasmática, inacabadas ainda.
como elas também me faço aquém a quaisquer conectivos.
não tenho nada firmado, claro, próprio. sou esboço, borrão plasmático.
como estas palavras, escorro.
deixo meu visgo por onde perambulo.
deslizo incerto, por algumas vezes até varrido...
é!
o que escrevo também deixa seu visgo (meu!?) por onde é visto e exposto.
visgo como identificação imediata de sua origem?
visgo de um escorrer incerto, de palavras e gestos imprecisos, tateados, inseguros, difusos.
há quem logo se banhe, para se ver livre deste contato, da sensação gelatinosa, plástica, disforme que suscite.
a viscosidade e a disformidade talvez sejam os elementos que espelhe em minha inexpressividade, ora nas palavras que parcamente consigo ligá-las ou em meus gestos inarticulados, que resultam repulsivos aos olhos?
jo santo
zilá