dias de silêncio.
dentro de mim dias de silêncio
pois as palavras ditas não atingem meu interior
e meu ruídos internos, não dão conta de preencher tantos espaços vazios
e acabam emudecidos engolidos pelo vácuo
que me faz planar, simplesmente planar
sem um propósito claro.
acho que na verdade não existem propósitos
e sim um agir somente baseado em efeitos
do que surge a cada fração de segundo
tudo sem relevância.
o silêncio sim se faz relevante.
o silêncio nestes dias que simplesmente passam.
uma alma, que titubeia a esmo, neste momento.
solicitude de mim, para mim e por mim.
momento egoístico, seu lá
mas que diferença faz, me prender à mim mesmo
pois não há o que ser extraído.
nem sentimentos há, pois não são mais firmes.
foram abafados. Acho que no fundo
por mim mesmo.
talvez a única coisa a ser extraída são as palavras
que saem no lugar de lágrimas
pois o sentimento que existe
e sua emoção correspondente
não dão conta de ocupar tais vazios
e me estimular ao choro libertador.
mecanicamente escrevo algo que tente
espelhar tal estado de esvaziamento.
me lancei no meu nada interno.
em meu silêncio mais profundo e sabe que nem me importo.
existe momentos que a secura se faz necessária.
se não for assim, indiferente, já estou nesse estado de completo nada de mim.
e há quem acredite que o nada não existe.
ele é subjetivo, ele existe na mente
ou no esvaziar de tudo o que de repente
teve alguma significação
dentro, bem dentro do ser.
paulo jo santo
ilá