Ofensas sem conhecimento de causa
Ontem, vi na internet algo que aconteceu durante o revezamento da tocha dos Jogos Olímpicos que me deixou revoltado: diversas pessoas de diferentes lugares do país, realizando comentários ignorantes e ofensivos à uma pessoa deficiente que foi um dos condutores da tocha até então.
Entre as ofensas, a acusação (sem a apresentação de provas) de que a pessoa em questão não era deficiente.
Quero lembrar aos leitores (as) que não há apenas uma deficiência, mas, várias, algumas sendo mais conhecidas do que outras até mesmo para especialistas.
O fato ao qual me refiro foi durante a passagem da tocha no Estado de Goiás, em que uma pessoa que estava conduzindo o Símbolo Olímpico em uma cadeira de rodas, no percurso noturno, caiu em meio à rua ao tentar repassar o fogo adiante.
Imediatamente surgiram comentários com a acusação de falsidade e também, como já era de se esperar, de cunho político-partidário.
No entanto, o fato é que aquela pessoa em questão tem uma deficiência nos joelhos, o que por consequência afeta seu equilíbrio e o seu andar.
Tenho a absoluta certeza e convicção, de que, a cadeira de rodas foi pensada para proporcionar àquela pessoa um maior conforto. Quanto ao tombo ocorrido, durante o revezamento, penso que este poderia ter sido evitado da seguinte forma: os guardiões, como estão sendo chamados os responsáveis por fazer a segurança dos que conduzem o Fogo Olímpico, deveriam ter pedido ao participante seguinte para que se aproximasse mais para que o revezamento fosse realizado com segurança e sem nenhum problema.
Quanto ao fato de logo após o tombo ocorrer, ele usar uma das pernas para erguer seu corpo do chão, não significa que seja uma farsa. Eu já cai diversas vezes da cadeira e usei a mesma estratégia, nem por isso, sou uma farsa ou uma fraude como também disseram.
Enfim, eu não via outra alternativa, a não ser o de manifestar minha opinião sobre o assunto, que gerou tanta discussão, ainda mais no atual momento que vivemos.
Fui buscar me informar sobre a deficiência dele, chamada de “Geno Valgo”, que também é conhecida como a “Síndrome do joelho em X”. Esta deficiência não o impede de caminhar, entretanto, dificulta muito o seu equilíbrio. Avalio como sendo correta a atitude de disponibilizar uma cadeira de rodas para sua locomoção.
O uso de muletas, bengalas ou de um andador, além de dificultar a sua locomoção com a tocha, seria algo que tornaria ainda mais fácil uma possibilidade de queda, como de fato ocorreu. Pelo o que encontrei a respeito da deficiência dele, esta não o impede de caminhar, mas, torna seu equilíbrio bastante complicado.
Enfim, penso que já me alonguei muito. O assunto gera discussão e sei que há quem discorde de mim, mesmo assim, respeito todas as opiniões existentes. O que eu não podia era ficar indiferente.