neste tempo que vai.
neste tempo que vai, estão as partidas.
estas são significativas demais para mim, pois se dão o fim do concreto.
a abstração é minha companheira, mas não preenche.
a presença sempre me é fundamental.
acho que este seja meu desafio de vida, lidar com as ausências.
não me desespero, pois o abstrato é minha casa.
o não estar também me é familiar.
isto me faz estar assim aqui e ali, querendo abarcar a todos e acabando não estando em lugar algum.
tenho morada em alguns corações, mas que ironicamente estão distantes de mim.
mas levo me meu coração inúmeros condôminos, que permiti se instalarem, sem nenhum compromisso.
acho que o compromisso deve ser meu, em lidar com o tempo que vai, com muito pouco no real.
mas vejo um real aparente, que remete a outra coisa, que fora maquiada, coberta de cores que não são as verdadeiras.
esta seja outro desafio, lidar com a maquiagem que se desfaz ao primeiro sinal do escorrer das emoções e dos sentimentos adversos.
e o tempo talvez mostre como muita coisa se faz fugaz, neste tempo que vai.
talvez até alguns sentimentos que pareciam tão intensos e verdadeiros, foram igualmente fugazes.
sei lá!?
seja como tiver que ser, neste tempo que vai e nos faz ver que o tempo é tão pouco para tudo que pretendemos vivenciar.
e este talvez junto com as partidas, seja o meu maior incomodo, de por quaisquer motivos não estar dando vazão a tantas coisas que almejei para este tempo que está a seguir, para um esgotamento qualquer, nesse nível de consciência em que nos encontramos.
paulo jo santo
zilá