mulheres.

Mulheres.

É absurdo como no transcorrer da história toda, as mulheres acabam abandonadas...

Uma conversa mais afinada, me chamou a atenção, para o fato de que entre tantas peripécias que a mulher passa, elas tem seus parceiros, acabam tendo filho(s) (ou não, talvez em menor número) e acabam sendo abandonadas por eles.

Fico neste recorte.

É certo que problemas nos relacionamentos existem sim. Desgastes também. Mas ter isto como via de regra, algo não está certo.

Inteligentemente, a ponderação de minha amiga Andréa Kowalski, me fez ter um olhar mais fino sobre o assunto.

Como em diversas estruturas sociais pretéritas, os homens ainda se acasalam e deixam as mulheres com suas "proles", no transcorrer do tempo.

E estas tem que se organizar, ainda sobre todos os ônus que ser mulher acaba incidindo sobre elas numa sociedade machista e patriarcal, onde as mulheres são julgadas quando tentam se articular ou depreciadas.

Por outro lado, são permitidas os mais variados tipos de exploração, violação e violência, entre tantas as mais graves ao meu ver, são as emocionais e psicológicas. Colocam-as em um silêncio, uma alienação, uma apatia, com ranços de submissão, que acaba por desprestigiá-las sempre na ordem das coisas, tornando a mulher sempre algo em segundo plano (sendo muito otimista).

Aproveitando este esboço de tantas coisas que sempre brotam no pensamento, no que diz a qualquer desigualdade e especificamente de gênero, reporto as diversas violências e assédios que as mulheres constantemente passam ao circularem pelos meios e transitarem por suas vidas. E o assédio passa tanto às consideradas belas e desejáveis, quanto às consideradas feias e que são também depreciadas (nos aspectos mais inimagináveis).

De novo remete ao velho conceito primitivo, que não conseguiu se transpor às cavernas.

As mulheres continuam levando "pauladas" e sendo puxadas pelos cabelos, arrastadas por um tempo, conveniente às necessidades dos homens e depois se vêem postas de lado, para se organizarem como conseguirem, entre suas pares e seus filhos. Com o agravante que hoje não vivemos mais em bandos ou grupos, ficando à mercê deste individualismo que nos permeia, assunto este que dá outras tantas reflexões e desdobramentos.

E aos homens, os louros da saída a uma caçada eterna, no mais amplo que se possa entender como caçada, onde sempre se valerá aos mais "privilegiados", a maior parte da caça e o maior número de "proles", entre tantas benesses naturalizadas à estes.

Paulo Jo Santo

Zillah

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 07/01/2016
Código do texto: T5502877
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