algo estranho.
sinto algo estranho percorrer nas minhas carnes.
é uma dor que acredito afetar aos inconformados.
que atinge os indecisos.
que molesta os incomodados.
que devasta aos solitários.
que machuca os desamparados.
que acaba com os incompreendidos.
que maltrata os tímidos.
que zomba dos indiferentes.
que cutuca os desprevenidos.
que perfura os injustiçados.
que desfere sues golpes contra os frágeis (que são muitos).
que acaba com as forças de suas vítimas.
que atinge inúmeras outras frontes que não elencadas.
e que ainda consegue agir acumulativamente tal como,
molestando, cutucando, zombando...
a verdade que seu prazer,
além de se fazer um estranho no corpo,
é acabar com as forças de suas vítimas.
se compraz em dilacerar, as fibras da carnes.
adora o rasgar, o romper da alma.
age de forma intensa, rija. firme, tenaz.
parece mexer com nossa impotência
ou com algo ainda mais profundo,
mostrando que somos como somos vulneráveis.
põe nos a lembrar que o descontrole,
ou a falta de controle do que pensamos estar direcionando
ou possuindo,
assim não o é.
tenta dar o golpe derradeiro sobre nossa esperança
de seguirmos uma vida em paz,
no nosso cantinho e do nosso jeito.
paulo jo santo
zillah