me perdoe.
tenho um manancial de emoções e sentimentos que brotam tão vigorosamente, que não consigo conter, não consigo lidar com eles.
da mesma forma, há em mim a necessidade de estar próximo do meu próximo, do meu próximo.
exagero no querer estar do lado das pessoas que amo e me são caras.
as quero o tempo todo, a toda hora. a cada segundo de minha vida.
a carência explode, pois sinto demais. sentir demais acho que causa ausências de concretude de ações.
é como se não bastasse sentir, mas há o desejo incontido de vivenciar.
e por isso digo a cada pessoa que circundo, me perdoe.
me perdoe, por amar demais a cada um, por estar ausente para alguns e sufocantes para outros.
me perdoe, por me fazer assim, tão necessitado de afago, de carinho.
me perdoe por me fazer grudar em vocês, por chegar a cada dez minutos e logo depois retornar novamente.
me perdoe, por minha ausência, sabendo que tínhamos tanto a partilhar.
pelos meus pensares, pelas minhas lembranças, pelas minhas memórias.
principalmente peço perdão pela minha infinita saudade.
saudade esta que não há como saciar, pois mesmo perto já sinto saudade em saber que logo mais não estarei presente.
irei fazer outras coisas e me preencher com outros meus amores, que nunca estarão completos, pois faltarão outros tantos, que me compõe.
a essa incompletude, essa impossibilidade de ter todos ao mesmo tempo, se nem ao menos saber ao certo quantos tenho, me fere, me agoniza.
me faz ser o primeiro dos carentes.
paulo jo santo
(coisas da zillah)