gravitar.
gravitar.
parando e prestando melhor atenção no cotidiano, vejo que gravito.
percorro, circundo no meio de um mundo hetero.
vejo que pareço tentar me inserir, com meu jeito deslocado, buscando o ponto ideal, meu ponto fixo, que parece ser tão comum à todos.
e na verdade não me insiro.
em grande parte, vivo paralelamente, acolhido, mas em silêncio. mas um silêncio que traduz totalmente minha busca pelo entendimento.
apesar da transparência em que circundo, também é claro os milhares de interrogações que espalho em minha órbita.
me encontrar, às vezes acho que não é o objetivo dessa vida pra mim, talvez o observar meio que à distância, como um eterno voyer, para tentar construir minhas conclusões.
acho que se realmente houve outra vida, nesta vim para aprender o be-a-ba das coisas, aonde não chego a vivenciar profundamente todas as possibilidades de sensações, cabe observar e ver cada reação. como lidam com o que põe em prática, de fato.
não acho que seja bom ou mal.
acho que preciso administrar essa natureza que possuo. sem interferir em nada, para que possa apreender o que devo, transformar o meu aprendizado em positividades e estas lições e dividí-las, com quem se interessar.
eu gravito, por entre alguns que me permitem transitar por seus campos gravitacionais.
gravito, mas acho que não fico de fato. passo, pois não pertenço a esta ou aquela atmosfera, por qualquer razão que seja. acabo sendo um corpo que segue uma trajetória à parte.
este entendimento, me torna hoje mais leve, pois ainda que não compreenda objetivamente a importância de uma existência assim, agreguei valores, pude também ser eu, sem ter que me fazer moldar a algo ou a algum sistema desse cosmo, que só cruzo sem estabelecer de fato o meu viver.
paulo jo santo
zillah