retirando os véus.
a medida que removo os diversos véus que me envolveram por tantos anos, vem naturalmente à tona coisas, características e detalhes, que acabam restringindo o meu campo de interação (ainda que por efeito de estar me adequando ao novo estado).
tudo muda; há rupturas, mas também surgem novas possibilidades e propostas.
mas o ganho principal é de poder respirar livre dessas carapaças, e lançá-las fora, pra bem longe, como carcaças inservíveis, que limitavam o viver que a alma almejava.
com isto conquista-se a capacidade de agir com elasticidade e plasticidade, livre da liga artificial que acoplada a pele, impedia e anulava o simples gesto de se viver espontaneamente, como verdadeiramente sou.
não que não fosse eu de verdade, mas era um eu limitado de suas reais potencialidades de viver um pouco melhor e mais confortável.
agora aprendo a ser e seguir mais levemente, fortalecido pelas rupturas que acontecem, que como no processo de seleção natural, com menos dor e sem tantas culpas por não me achar mais errado, aplicando o que de fato possuo e sou.
as rupturas, vistas por este novo ângulo, são as provas mais contundentes que a mudança de fato está ocorrendo, a olhos vistos pelos outros.
essas rupturas provam que ajo, de forma diferente e que portanto, nada será como antes, pois a renovação chega com o movimento do ser, ficando coisas tão estáticas, para trás.
Paulo Jo Santo
Zillah