palavras ditas.
hoje foi um dia que muitas coisas foram ditas.
não diferente de tantos outros dias.
mas de tantas palavras, atitudes e expressões, no meio ao baile de muitas máscaras, permeia entre muitas palavras, caras e bocas, o velho personalismo.
acho que em outros momentos relutaria e faria mil elucidações sobre tal coisa.
faria um tratado imenso.
mas o que é escancarado é a falta de generosidade em alguns momentos com o outro. e esta ausência de cuidado pode vir de várias maneiras.
estampado de intolerância ao outro.
em discordância, daí querendo prevalecer sua voz, seu pensar, sobre os demais.
o abandonar o outro no momento de uma decisão que poderia ser compartilhada e coletiva. nesse movimento cada um passa a bola e deixa que o outro fique com a batata quente, que sempre é posta na fogueira na última brasa.
na inserção dentro de um movimento cotidiano, todo um discurso quase sem querer, com um toque de inocência, onde se destila para um terceiro ou uma plateia, muitas das coisas que está entalada na garganta e não se diz diretamente. pois é bom se fazer vitimizado e por tabela, com os argumentos estrategicamente colocados, além de expor o outro, jogar-lhe um verniz de displicência e culpa, de algo que na verdade, não é de agrado está a argumentar. quase por causa de um capricho não atendido, por não estar a contento do que gostaria de ver realizado. ou alimentado por qualquer coisa de natureza tão mesquinha. simples assim.
mas acho que o que me chama a atenção, que tal situação não acontece de forma isolada, e sim hoje é o trivial.
no meio das relações, também virou como uma convenção coletiva, tal comportamento.
passamos dias a fios, meses, anos talvez nesta mesma ladainha.
eu cansei dessa berlinda. não acredito que eu exista para este fim.
mas também, o que penso, o que sinto, não faz diferença neste movimento, pois ele já está dado e posto e como não dá pra me mudar,
acho que a solução é tentar não se incomodar mais.
talvez seja necessário, permitir que tais palavras ditas com tal teor, entrem pelo um ouvido e sejam expelidas pelo outro.
vejo que são palavras que não merecem consideração, mesmo por que, tais palavras dizem respeito a quem emitiu-as, sendo de importância para estes; com reflexo de seu interior, elas são emitidas, se expandem, talvez se amplifiquem no meio, carregando as suas vibrações, os seus sons, a sua voz e também muito do seu ser mais profundo.
Paulo Jo Santo
Zillah