felicidade.
felicidade.
na última conversa com a interessantíssima pessoa que é a Kowalski, deliciando-me com sua inteligência ímpar, falamos muito (mais ela do que eu) sobre a felicidade que todos devemos nos permitir.
é verdade.
como podemos impedir que cada um sinta o prazer de se manifestar.
essa é a maior dor que a vida em sociedade está nos concedendo. não temos o direito de manifestar nossos sentimentos.
nem menciono colocar em prática alguns dos nossos desejos, pois com certeza não dará pra ser colocados todos e simultaneamente, pois muitos irão por natureza de gostos e personalidades se chocar.
pois o que eu gosto, o outro nem tem interesse... essas coisas acontecem de verdade, acredite, por mais que seja visceral em ti, pra outra pessoa não diz nada, não manifesta nada, não inspira nada.
é difícil de compreender algo tão simples.
mas nem chego nisso. digo o se manifestar, dizer pra que veio, por se identificar e ter essa identificação respeitada e reconhecida.
acho que é o bojo que também se encontra a diversidade e tantas outras coisas, que tornamos polêmicas, pois queremos formatar tudo, queremos cartesianar tudo, esquadriar tudo...
é talvez por isso que a felicidade seja tão difícil, pois a felicidade tem a capacidade da elasticidade e da plasticidade.
daí quanto mais flexível conseguir ser, mais perto da felicidade poderá estar.
pois a felicidade ter seu start nas coisas que aparentemente pareçam mais inóspitas aos olhos, como nas mais simples e óbvias também.
a felicidade não se enche de exigências e pré-requisitos: ela é e se faz com ela mesma, exige muito pouco da gente, mas extrai muito e tudo quem a experimenta.
por isso quando a felicidade bate, parecemos não caber em nós mesmos.
a felicidade em sua forma ou falta dela é expansiva e se esparrama e saí por todos os poros.
vaza tudo e vai além e fica do tamanho do universo e o universo ainda é pouco o sobrepõe.
a felicidade te liga ao todo e o todo se faz em ti e vai além, pois para a ela, tudo ainda é muito pouco.
mas para sentir tudo isto, exige muito pouco ou quase nada.
a felicidade exige que possamos entrar em contato com o que somos de mais íntimo e essenciais. no momento que isto é despertado e nos enche com o que somos e temos de verdade verdadeira, daí somos felizes integralmente.
que possamos ao menos expressar para que viemos, com aceitação e liberdade, para daí começar o primeiro passo do exercício de sermos felizes.
Coisas da Zillah
Paulo Jo Santo
— em Saboó, Santos/SP.