O nascer.

A beleza da novatez no turbilhão da vida.

A fragilidade contrastada com a insônia zelosa dos anjos da guarda em saúde.

Nascer dói.

É substituir o quentinho do ventre materno pelas novidades gritantes de cores, sons e pulmões que se abrem.

Suas histórias pregressas dão idéias de como seus futuros se iniciarão.

Mas o lugar comum dos calouros de condição humana já se é notado com o primeiro contato da equipe médica.

Uns, determinados em desbravar o mundo, já chegam chorando e impondo caretas de pura desaprovação aos procedimentos médicos invasivos necessários.

Outros, demoram a entender que não são mais envolvidos pela bolsa materna de proteção: carecem de um incentivo externo para iniciarem a primeira luta de vida solitária.

Participar da primeira adaptação desses pequenos aos primeiros obstáculos de seus geralmente longos caminhos é extremamente recompensador.

São sopros vitais alheios que potencializam a valorização da labareda interior de impulsos propulsores da existência.

É o compartilhamento do mesmo sustento: a vontade de se viver.

Mera inspiração plantonista túrgida de cansaço.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 08/12/2012
Reeditado em 23/03/2013
Código do texto: T4025633
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