CAPITULO I

CAPÍTULO 1

O lançamento foi espetacular, tudo funcionava a contento. Foi um início bem bolado onde Wer-ner Von Brown queimou as pestanas para arquitetar toda a trajetória espacial. Foi um prefácio de suspense onde a imaginação torcia por um final feliz.

O primeiro estágio não foi tão perfeito como se previa, parecia que o foguete não continuaria sua viagem. Mas, por conhecimentos técnicos, conseguiram sanar os problemas e a viagem continuou.

Os astronautas se entendiam com a terra maravilhosamente. O segundo estágio se desprendeu quase sem problemas, embora houvesse preocupação dos técnicos. Foi um desengate muito sonolento onde o comandante da nave e seus companheiros conseguiram superar os problemas sem dificuldade.

Quando os entraves começaram a desapa-recer e os técnicos começaram a sentir que seria uma perfeita viagem, surgiram novos problemas que não conseguiram solucionar. As soluções não estavam em seus manuais, embora os astronautas tentassem explicar minuciosamente. Manchas vermelhas surgiram na parte superior do foguete. Foi um alarme geral, pois nunca em qualquer lançamento tais manchas apareceram. E a viagem continuou, as manchas aver-melhadas desaparecendo e o pouco conhecimento sobre elas permaneceram.

O terceiro estágio foi surpreendentemente

perfeito. Falava-se até num novo lançamento para os próximos anos, mesmo com as dúvidas e imprevistos desta primeira viagem. Até o novo nome para o foguete foi discutido. Seria nome de um homem ou de uma mulher. O assunto ficou para ser debatido a posteriori. E a viagem continuou. Houve novos trovões e tempes-tades, mas tudo não conseguiu obstruir a viagem. Com o tempo, os ânimos foram se amainando. A im-petuosidade diminuindo. A vontade quase fugindo. Foi até planejado um fim drástico para a viagem, mas tal não chegou a ser concretizado. Então, apareceu a lua. Lua maravilhosamente prateada. Lua tranqüilamente desabitada. Lua de paz e felicidade. Porém nem sempre a concórdia é eterna.

Os astronautas travaram conhecimento com os marcianos. Os marcianos foram gentis e sinceros. Os terráqueos procuraram dissimular verdades terrenas, não sabendo que os homens de Marte eram milhões de anos mais avançados que eles. Os marcianos ouviram as simulações sem entender porque mentiam. Mentiam? Ou era verdade?

Era chegada a hora do regresso. Os astro-nautas subiram em sua nave espacial e acoplaram na nave mãe. Tudo parecia perfeito. Entretanto os astronautas não sabiam que a perfeição não era tão perfeita. Que sua esperteza não servira para enganar os marcianos, que tinham conhecimento das verdades da terra e não se deixavam enganar tão facilmente. Deixavam sim, de brigar, tentando a paz que sabiam

não ser perpétua. Procuravam sim, se afastar para

não se magoarem. E a viagem de regresso continuou. Parecia serena e sem qualquer dificuldade, sem tro-vões e tempestades. Mas surgiram problemas de visi-bilidade: não enxergavam a terra. Nuvens cerradas cobriam a visão. Será que conseguirão chegar à base terrena? Será que os pára-quedas se abrirão? Veja o próximo capítulo segunda-feira neste mesmo horário.

12.03.75

Não adianta dialogar, raciocinar, pensar ou discutir, pois tudo voltará ao ponto zero.

francisco alonso
Enviado por francisco alonso em 12/09/2012
Código do texto: T3877835
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