História de um feudalismo repugnante
Às vezes me pego visualizando o passado através dos pensamentos. Como seria a vida de um camponês, no século X, sabendo-se que estaria fadado à mesmice por toda a vida? Impostos, trabalho, produção... Impostos, trabalho, obrigações... Seria possível sobreviver numa sociedade exclusivista onde na verdade os camponeses eram escravos? São indagações de um indivíduo numa dada sociedade contemporânea, que enxerga o feudalismo com um ceticismo exacerbado. Pode até ser incoerente tal pergunta, pois as épocas possuem seus costumes, suas práticas, ou seja, possuem peculiaridades culturais. Porém, enclausurar-me em terras feudais em troca de produção não seria uma ideia recorrente. Mesmo a par das situações, e o não comprometimento com senhores feudais, preferiria errante como nômades a viver por uma subsistência medíocre. Que cuspissem a meu corpo estirado ao chão, que menosprezassem minha identidade, que me considerassem um pária. Posso até estar sendo radical, no entanto, estou dando vozes a estes gritos que estão aprisionados dentro do peito. Enquanto a nobreza adquiria maior quantidade de terras, ou seja, possuíam intenso e inabalável poder, os camponeses se viam miseráveis e dependentes. Infelizmente, a ascensão social não existia naquela época. E isso me perturba. Não era justo ter uma história de vida traçada. Um destino certo. Não era justo!