ano novo.
engraçado como tudo se dá...
como de costume, estou pensando em todos os diálogos, todos os contatos que minha mente consegue abarcar; todas as lembranças que consigo resgatar.
é pós feriado (feriado este, num domingo)...
mais um início de ano.
para dizer a verdade, além das mudanças que posso realizar e do que depende de minha iniciativa (que já deveria ter despertado), nem tenho alguma prioridade. estou sem grandes expectativas (apesar que sinceramente perco o pessimismo que me parece tão peculiar), a príore.
mas isto fora num primeiro momento, pois ao verificar melhor o meu íntimo, não me iludo mais. não sou tão inocente (ou bobo) em achar que estou desprovido de expectativas. tolice!
a vida em seu curso acaba por trazer a transformação, através das novas possibilidades, de outras circunstâncias, do contato com diferentes realidades, pelas imprevistas vivências (estas das mais variadas naturezas), entre outros tantos fatores que por si se apresentem...
considerando isto, percebo melhor a mensagem intríseca na expectativa do ano novo, da energia que permeia este evento cíclico.
nada muda num passe de mágica, mas uma coisa é certa, mudanças chegarão neste novo movimento, ainda que a percepção desse fato seja através do despertar de um novo olhar sobre tudo, uma nova consciência, nova conclusão... sei lá!
mas é vero que algo irá mudar. e o que mudar realmente não será mais como antes. será transformado para sempre (ou até outra mudança chegar sobre esta nova).
daí a grandeza guardada no evento ano novo. a imensa expectativa na hora da virada (que para nós já passou a mais de vinte quatro horas).
o novo realmente está chegando, não é demagogia, novos acontecimentos contribuirão para isto, apesar da repetição de dias, de datas.
apesar do transcorrer do calendário, com suas datas e festividades, seus compromissos (que deverão novamente ser cumpridos de forma protocolar, quase ritualística).
outro carnaval virá, mas em que lugar passaremos por ele?
casamentos, batismos, nascimentos, mortes, adoecimentos, curas, aniversários, dificuldades, superações, os mais variados acontecimentos virão.
como num baile, marcado pelas diversas músicas, pelas diversas toadas, rolará uma após outra (música/circunstância).
os bailarinos serão os mesmos? que fôlego terão estes nesse novo baile? dançarão todos os ritmos? escutarão todas as músicas? irão querer dançá-las? haverão outros convidados? e penetras, chegarão? e estes bailes, serão de festas? sociais? improvisados?
e nestes ambientes, novas histórias se farão, para serem tiradas novas conclusões (seja na repetida páscoa, dia das mães, quermesses, dia dos pais, no feriado de independência e mesmo naquele dia mais inesperado, que iremos destacar da folhinha pendurada na nossa cozinha).
novamente transcorreremos todo o ciclo de um ano. estaremos contudo diferentes, com novos pensamentos, novas atitudes, novas experiências, novas sínteses, novos sentimentos e emoções. assim como, com a bagagem do transcorrer da vida (de tantos outros anos).
num olhar desavisado ou mesmo distraído, parece no início do ano novo, algo insignificativo, algo comum, algo tão igual. como diria o poeta: "êta vida besta!"
ela não é tão tola assim.
nesta mandala (que novamente se inicia), neste jogo oracular, por onde em um ano passaremos por todas as casas (se DEUS quiser), representando um jogar de tarot, somos nós, as lâminas (cartas) dispostas sobre o manto do tempo, percorrendo cada uma das doze casas, fechando o novo ano, fechando o novo jogo.
e quem tem olhos de ver ou capacidade para sentir, consegue através das energias que emanamos em nosso deslize pelo tempo (por cada ano), ler o jogo que nós mesmos revelamos, através dos valores e representações que emitimos, através das nossas ações e posturas que adotamos, por todo este tempo transcorrido...
como cartas de tarot, demonstradas em cada jogo (cada ano).
cada ano traz uma leitura própria, assim como cada jogo de tarot arreado na mesa.
as nossas aparições em cada evento, em cada situação, em cada partícula do tempo, revela um valor, uma característica deste jogo de tarot vital.
sábio é quem com tudo isto, consegue desenvolver: a capacidade de sentir e a capacidade de ler o que as cartas passo a passo arreadas, conferem na leitura do jogo todo.
nossa interrelação nesta vida, no transcorrer do ano novo, confere um efeito quase oracular, quase cabalístico.
e isto independe do nosso desejo, do que irá transcorrer, se iremos ou não querer seguir.
o ano se fará mágico, único, novo, indiferente de quaisquer olhares. ano este, com sua própria marca, sua própria áurea, sua própria característica.
na verdade, o que anseiamos, nada mais é que a nossa transformação através do tempo, que permeia por entre nossos poros, nossas vidas, de forma inevitável e incontrolável.
faz com que estejamos sempre a seguí-lo, tentando correr em seu encalço, para tentar dominá-lo, aperfeiçoá-lo, inová-lo, rejuvenescê-lo...
essa é a expectativa do ano novo, a intenção de cada ser em poder deter um controle sobre si e sobre as circunstâncias que lhes são conferidas, de forma a conseguir o aprimoramente. utopia?
e talvez com este pensamento, a princípio, acreditei estar intríseca minha falta de expectativa (que na verdade era falsa), ao saber que não poderia ter força para lidar com todas as circunstâncias futuras que irão se apresentar (seja por medo ou insegurança, e como alguns, nada eu queria apostar).
mas volto a lembrar-lhes, que hoje de fato aprendo lidar com o otimismo e baseado neste meu devaneio (que fora descrito acima), sei que no meio de tudo que este ano novo irá propor, na verdade. ele me oferecerá, a possibilidade de como uma lâmina de tarot, em cada casa que porventura meu ser tiver que transitar, um lindo significado neste ano novo (e para o resto dos tempos), possa eu representar.
02/01/2012 - 17h02
paulo jo santo
escrito em são carlos/sp, em minhas reflexões à sós.
texto oferecido à todos que torcem e curtem a energia de um ano novinho em folha.
feliz ano novo!
feliz 2012!
feliz tantos outros anos novos que virão...