natureza humana.

dona kowalski...

cá com meus botões, após te deixar ontem... caminhei!

caminhei até o ponto de ônibus, e não foi perto este ponto de ônibus.

fui escutando aquelas mesmas músicas que estão no mp3 (preciso começar a colocar no rádio do celular, mas não consigo).

como sempre mexendo no caldo todo interno... e este caldo é espesso e muito consistente... isso não quer dizer que seja tão proteíco...

fui dormir com este barulho. e pensei nas tsunamis que arrebatam todo mundo, no caos que se instaura e nas preguiças de uma maioria...

pensei sinceramente nisso.

pensei também que excluindo DEUS dessa história toda, prova como somos mais acomodados e preguiçosos ainda, pois sabemos que no fundo somos quem impulsionam toda uma realidade, tudo em nosso entorno continuando nesse pensamento (e de uma forma ou de outra somos nós que estamos aqui) e fazemos muitas merdas.

nós criamos as tsunamis e catástrofes continuamente, e rotularmos como da natureza humana as causas. e transferimos tudo não pra DEUS, ou religião... mas pra natureza humana. mais uma nomenclatura pro mesmo objetivo...

nos permitimos viver assim, meio no lixo, meio nos entulhos, empurrando um pedaço de sofá pra cá, uma estrutura de ferro destruída pra lá.

eu não sei kowalski, eu entendo perfeitamente suas colocações. e sei que nos estruturamos assim, por nossas próprias escolhas. na verdade estamos ainda experimentando a forma ideal de fazer tudo isso, pois não sabemos ainda direito como fazê-lo. isto merece toda a consideração.

mas acho que nunca saberemos como fazer as coisas redondinhas. sabemos no fundo que é possível fazê-las de alguma forma e com força de vontade, mas e a preguiça, o comodismo, assim como a comoção de nos fazermos sempre fragelados? ou sempre envoltos por tal natureza humana.

somos todos vitimizados e ao mesmo tempo soberbos e cheios de si, deixando de lado o estender as mãos, mentes, sentimentos elevados e corações. deixando de lado um fazer de verdade, pois fingimos que fazemos algo, pois estamos no fundo voltados pra nossas feridas... sempre pro nosso. e talvez aí seja a raíz do que dizemos ser preguiça e comodismo. não sabemos colaborar e talvez nem queiramos mesmo.

este humano demasiadamente humano, tem um comodismo embutido, uma preguiça para realizar a renovação, que nos impede de construir novas pontes, novos edifícios emocionais, buscar novas idéias e valores para de fato nos estruturarmos melhores e mais solidários emocionalmente, tendo com isto mais cuidado com o trato mútuo. e criando fortes alicerces para outros possíveis desafios e frágelos.

o que quero dizer é que da mesma forma que vamos destruindo literalmente tudo ao nosso redor, tudo que existe neste mundo físico, com este nosso jeito "humano" de ser, vamos destruindo tudo, com o verniz de não utilizarmos de antigos métodos, de antigas bárbaries.

isso é uma vantagem mesmo, pois na verdade de bárbarie em bárbarie, não sobraria tanta gente pra contar história...

mas mudamos nossos instrumentos de tortura, mudamos a maneira de causar dores e sofrimento, cubrimos com o verniz da civilidade.

mudamos o foco e as vítimas das nossas maldades. mudamos como sermos perversos. somos com mais classe. elaboramos mais a forma de fazer a coisa.

ea quem direcionamos esta maldade. e talvez isso não apareça a olhos vistos como antes.

ao olharmos as coisas que andam acontecendo em todos a áreas de abrangência humana verificamos excelsos avanços, mas também está mudada a forma com que muitos saciam sua sede de sangue... pra satisfazer o bárbaro que possuem. bárbaro este, louco pra sair a tona arrancando cabeças, estrangulando muitos. sedento por fazer o maior número de estragos, que num passado não tão antigo seria legitimado... fazia parte do elemento humano mesmo.

eu não sei kowalski, essa forma de visão... essa forma de vida não é pra mim... ainda que possa ser também herdeiro dessa coisa toda que é a vida humana.

como todos os humanos tenho limitações e fraquezas, mas mesmo estas, me fazem tristes pois sei que posso melhorar e preciso buscar forças para isto. e não me sinto contente pela falta de habilidade ou preguiça, por não fazer as devidas mudanças.

mas te juro, se der tempo, lutarei por fazê-las.

eu não pertenço ao movimento desta bárbarie, ainda que a entenda... não quero pertencer a isto. e digo, que mundo é este que escolhemos fazer para nossa vida?

eu não vejo o humano demasiadamente humano assim, sabemos sim o que fazer, mas preferimos criar tsunamis e muitos mais fragelos, pois queremos sentir fortes sensações para depois chorarmos sobre elas e afirmarmos que essa é a nossa natureza mesmo.

beijos, te amo imensamente.

paulo jo santo

07/05/2011 - 08h57

Paulo Jo Santo
Enviado por Paulo Jo Santo em 07/05/2011
Reeditado em 07/05/2011
Código do texto: T2954569
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