Sobre as Estatísticas
As estatísticas, ciência históricamente recente, criada com fins de poder prever. Seria uma forma de profecia?
O fato é que a chamada estatíca pretende dizer numéricamente algo, dentro de uma perspectiva presumível, baseada em possibilidades analíticas. Mas e o que escapa a análise?
Não é pouco o que foge da logicidade analítica, assim, as estatísticas procuram aplicar a idéia de quantidade, para chegar a um índice a respeito do que deseja identificar.
Mas o índice, por mais que seja feito com provisões coletadas, não consegue abarcar tudo que há, tendo a presunção de dizer sobre o que é, criando a necessidade de generalizar.
Esse generalismo acaba estereotipando o que tem de resto, ou o que nem poderia supor, transformando os dados em manipulações para determinado fim, dentro de um espaço e por um período ou tempo.
A Matemática fornece a sua numerologia para dar corpo às quantidades capitadas pela Estatística, criando uma fórmula de soma e subtrações, associada à divisões e multiplicações, onde no final, o produto, se for humano, é desumanizado.
Falar sobre Clarice, aquela doce mulher que me fez morrer de amor, antes de morrer por si, é algo diferente de expor ela no meio de uma quantidade referente a um desastre aéreo. Dizem que foram 545 mortos, quantas Clarices ali haviam? E quantas dessas iguais aquela?
Livros da Segunda Guerra Mundial faziam suas contabilidades acerca dos mortos, dizendo sobre períodos menos e mais mortíferos, comparando entre esse ou aquele século, mas acredito que quantificar um morto em tal tragégia já equivale a muito.
Hoje a Política diz que 100 vale mais que 1, tudo em nome da estatítisca, a porcentagem acerca do favorecimento de mocrático de preservação que se baseia em privilegiar o maior número. Maior número de que?
100 Hiltlers valeriam 1 Einstein? Ainda assim, quem decide isso é apto a decidir? E quando 30 seguranças, honestos e com famílias a sustentar são assassinados para salvar um presidente corrupto? Onde está a moral nisso, ou a que moral isso serve?
A estatística é dissolvente, ela dilui o que capta num quantificismo que fragmenta o objeto absorvido, transformando-o em algo pueril, morto em dados, executado numa grade numérica, corporificado num plano aritimético, caímos nesse formalismo pitagórico, onde o fator condicionante é a estética do montante.