tempo de mudança.
vendo as cenas do tsunami no japão, e aqui manifesto minha solidariedade àquele povo abençoado e meu sentimento de pesar pelo trágico evento, tal manifestação da natureza me remete ao pensamento coletivo de vulnerabilidade diante de determinadas circunstâncias.
daí me pergunto, junto com tantas pessoas afins a este pendamento: não está na hora de mudarmos?
mas que mudança é ideal e necessária ser feita?
acho que a melhor forma de avaliarmos e respondermos esta questão é a própria consciência dessa vulnerabilidade humana.
se o ser humano aprendesse com os sinais de que tudo o que está sendo supostamente feito hoje, um dia poderá não sê-lo mais (e nisto não aplico ação somente de catástrofes naturais, mas prefiro lidar com o pensamento da mudança circunstancial), como exaustivamente também esta concepção é discutida, sinceramente acredito que este procuraria uma melhor forma de administrar o tempo útil que lhe é concedido neste plano.
há a ilusão de que tudo poderá ser resolvido e de que as coisas são da maneira que são e pronto. esta concepção parece fornecer um certo conforto, uma certa conformidade e também um ar certo controle da situação (por julgar prever talvez não todas, mas um vasto conjunto possibilidades).
então, pra que se dar o trabalho da mudança. pra que gastar energia procurando realizar as coisas de forma diferente ao estabelecido. se este estabelecido ainda é revestido como algo que pertence a natureza humana mesmo.
e mantendo esta visão, parece não haver sentido em lutar pelo entedimento mútuo, pelo coletivismo (respeitando a individualidade e principalmente a diversidade e com estes elementos criando novas formas de aperfeiçoamento). se empenhar pelo harmonia, pela paz, por todas as coisas que todos em nossos interiores anseiamos em vivenciar, mas envolvidos pelas ilusões momentâneas não nos permitemos.
o tempo passa e as circunstâncias podem mudar por elas mesmas ou por eventos alheios, externos de outra magnitude. e daí a pergunta que fica, quando isto vir ocorrer será que teremos ao menos aproveitado da melhor forma o tempo que fora concedido para a nossa experimentação diante destas circunstâncias antes conhecidas?
paulo jo santo
13/03/2011 - 17h37