O JULGAMENTO DA MORAL

Os julgamentos sofrem uma terrível injúria no mundo dos homens, quando agem com bocas e ouvidos apenas, pois sempre haverá a disputa hedonista, a fé egoísta e a prepotência irracional de um ser humano frente a outro, ignorando ou fingindo já saber quais são os piores juízos de seu mundo.

Deste mal o livro está livre, pois o culpado que o lê está destituido de todas essas doenças que se incubam nas relações humanas. Frente ao livro o ser humano se desnuda sem timidez alguma, expondo as piores virtudes, confrontando-se com os pensamentos mais perversos, e ouvindo com os melhores ouvidos.

Não que não valha o bom juízo provenientes dos homens, não se deve desperdiçar uma boa advertência, mas esses são tão mais falhos, tão mais pragmáticos e tão menos confiáveis que os próprios locutores.

O livro não é o machado sinistro do carrasco cruel, o mandamento sagrado da antiga crença, ou o conselho afetuoso do sábio progenitor, mas a toga que o homem veste para presidir o julgamento de si próprio.

Josadarck
Enviado por Josadarck em 08/12/2010
Reeditado em 15/05/2011
Código do texto: T2660536
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