Palmas para os paladinos da ética
Não. Palmas não seriam suficientes. Pensemos melhor... Talvez devêssemos erigir estátuas em homenagem aos protetores da fauna e da flora e únicos humanos dignos de consideração. Estou me referindo a um tipo particularmente intrigante de pessoas, que vem se espalhando com uma força avassaladora e pode ser encontrado tanto na web quanto na esquina da sua casa: os vegetarianos fanáticos.
Já friso o termo aqui: os fanáticos. Porque eu, ovo-lacto-vegetariano há nem três meses, não fiz de um estilo de vida uma guerra doentia, como muitos dos meus companheiros mais estritos. Ser vegano – não consumir nada de origem animal, para fazer uma definição lacônica – é uma opção difícil, mas, se levada do jeito certo, pode e é muito benéfica à saúde, tendo uma série de vantagens em relação aos que não comem carne, mas têm incluídos na alimentação ovos, leites e derivados.
Até aí, tudo bem. Só que muitos dos veganos escolhem, junto com a abolição de produtos de origem animal, abdicar do convívio social normal e pôr a luta pelos direitos animais acima, às vezes, de suas próprias vidas. Pergunto: isso é realmente algo benéfico, como eles proclamam? Até que ponto? Não seriam eles próprios muito mais carentes de saúde do que onívoros e ovo-lacto-vegatarianos – que, aliás, são considerados a mesma coisa?
Não vou entrar no mérito etimológico da questão. O que interessa aqui não é o fato de gente como eu ser ou não vegetariana. O ponto-chave é o conflito, a tensão que determinadas atitudes provocam. Não estou relegando as causas animais. Acho que são válidas e há pessoas que conseguem defendê-las sem agredir a outrem. Só que esse percentual de ativistas flexíveis vem diminuindo. Dêem uma olhada em algum fórum na Web. Procurem no Google. Verão que a massa de veganos xiitas domina. Pessoas que não se contentam em divulgar suas idéias de modo expositivo e dialogante, sem partir para a ignorância. Eles querem é apelar. Quanto mais, melhor. Tenham certeza de que são pouquíssimos os que se deixam tocar e partem para uma reflexão por meio desse tipo de atitude. A maioria, além de não dar bola, ainda pega nojo de vegetarianos e cria mitos como o do “alfacismo”, para não citar outras invenções usadas para desarmar possíveis novos adeptos e tentar atingir os antigos.
Querem expor suas idéias? Vamos, sem problemas! Só que com racionalidade. Com respeito. Essas palavras parecem não existir no dicionário de muito vegano extremista por aí. O modo como querem ser ouvidos é chamando onívoros de antiéticos, de perversos e por aí vai. Isso é um estilo de vida? Isso é uma luta consciente e racional? Ou isso é uma doença? Porque, pelo menos para mim, “assassino” não é um termo para se usar indeliberadamente (sim, indeliberadamente mesmo).
Volto a lembrar que essas palavras não são para todos os veganos, porque com certeza existem aqueles que não saem atacando os outros para doutriná-los. O problema é a falta de uma reflexão acertada, ou, indo mais direto ao ponto, falta de semancol. Extremar os pensamentos é um erro que muitos cometem; enquanto as atitudes radicais não se transformarem em resoluções não-agressivas, os conflitos humanos não serão resolvidos e a questão animal, muito menos.
Não. Palmas não seriam suficientes. Pensemos melhor... Talvez devêssemos erigir estátuas em homenagem aos protetores da fauna e da flora e únicos humanos dignos de consideração. Estou me referindo a um tipo particularmente intrigante de pessoas, que vem se espalhando com uma força avassaladora e pode ser encontrado tanto na web quanto na esquina da sua casa: os vegetarianos fanáticos.
Já friso o termo aqui: os fanáticos. Porque eu, ovo-lacto-vegetariano há nem três meses, não fiz de um estilo de vida uma guerra doentia, como muitos dos meus companheiros mais estritos. Ser vegano – não consumir nada de origem animal, para fazer uma definição lacônica – é uma opção difícil, mas, se levada do jeito certo, pode e é muito benéfica à saúde, tendo uma série de vantagens em relação aos que não comem carne, mas têm incluídos na alimentação ovos, leites e derivados.
Até aí, tudo bem. Só que muitos dos veganos escolhem, junto com a abolição de produtos de origem animal, abdicar do convívio social normal e pôr a luta pelos direitos animais acima, às vezes, de suas próprias vidas. Pergunto: isso é realmente algo benéfico, como eles proclamam? Até que ponto? Não seriam eles próprios muito mais carentes de saúde do que onívoros e ovo-lacto-vegatarianos – que, aliás, são considerados a mesma coisa?
Não vou entrar no mérito etimológico da questão. O que interessa aqui não é o fato de gente como eu ser ou não vegetariana. O ponto-chave é o conflito, a tensão que determinadas atitudes provocam. Não estou relegando as causas animais. Acho que são válidas e há pessoas que conseguem defendê-las sem agredir a outrem. Só que esse percentual de ativistas flexíveis vem diminuindo. Dêem uma olhada em algum fórum na Web. Procurem no Google. Verão que a massa de veganos xiitas domina. Pessoas que não se contentam em divulgar suas idéias de modo expositivo e dialogante, sem partir para a ignorância. Eles querem é apelar. Quanto mais, melhor. Tenham certeza de que são pouquíssimos os que se deixam tocar e partem para uma reflexão por meio desse tipo de atitude. A maioria, além de não dar bola, ainda pega nojo de vegetarianos e cria mitos como o do “alfacismo”, para não citar outras invenções usadas para desarmar possíveis novos adeptos e tentar atingir os antigos.
Querem expor suas idéias? Vamos, sem problemas! Só que com racionalidade. Com respeito. Essas palavras parecem não existir no dicionário de muito vegano extremista por aí. O modo como querem ser ouvidos é chamando onívoros de antiéticos, de perversos e por aí vai. Isso é um estilo de vida? Isso é uma luta consciente e racional? Ou isso é uma doença? Porque, pelo menos para mim, “assassino” não é um termo para se usar indeliberadamente (sim, indeliberadamente mesmo).
Volto a lembrar que essas palavras não são para todos os veganos, porque com certeza existem aqueles que não saem atacando os outros para doutriná-los. O problema é a falta de uma reflexão acertada, ou, indo mais direto ao ponto, falta de semancol. Extremar os pensamentos é um erro que muitos cometem; enquanto as atitudes radicais não se transformarem em resoluções não-agressivas, os conflitos humanos não serão resolvidos e a questão animal, muito menos.