Desencontro
Antes que houvesse possibilidade de respostas, você se foi.
Num súbito compasso dos passos, tão breve como o tocar do vento.
O que me ocorreu naquele momento foi a sensação da distância.
Nunca antes tão presente e tão avassaladora.
Uma vez entregue às nossas escolhas, o caminho de volta e o retorno não se refazem.
Dificilmente pode-se voltar atrás.
Nossos rumos e rotas se desencontraram, deve ter sido coisa do destino.
Quando tudo parece estar perfeitamente em harmonia, você volta.
Sem aviso prévio, como uma piscadela costumeira.
Suas palavras novamente me rodeiam, passeiam livremente sobre o meu pensar.
Estranhos e confusos desejos decididamente encontram morada em mim.
Afogando-se no mar de ondas impetuosas que se transforma meu coração.
Do outro lado você me abraça, me acolhe com suas doces palavras.
Contra todas as forças e desesperanças meus pensamentos vão de encontro aos seus.
Se precipitam como se pudessem lhe alcançar.
Imediatamente percebo que o calor da sua presença
ainda é forte o bastante para me aquecer e acalentar.
Nesse momento há uma boa dose de perguntas e sentimentos que se comprazem com a idéia de te ver, de te sentir, de transformar tudo em realidade mesmo que de longe.
Nessa tarde em particular, tento sem sucesso me organizar.
A mente perturba o meu descansar, volta e meia é você o meu pensar.
Nossas escolhas nos afastaram, e agora o mesmo destino teima em fazê-las se encontrar.