Das Taxas de Juros e Outros Demônios
( 25.02.2008 )

              “O capital em si não é mau, mas o mau uso dele transforma-o num mal.”
                                                                                                                (Mahatma Gandhi) 

                                                                           “O essencial é não perder a orientação”
                                                                                                     (Gabriel Garcia Márquez)



A taxa de juros é o preço do capital. O salário é o preço do trabalho. Ninguém quer trabalhar de graça. Ninguém quer investir de graça.

Tudo tem seu custo. Mesmo na natureza, plantas e animais trabalham pela vida: alimentação em energia, para manutenção da espécie.

Sim, isto é selvagem. E a civilização tenta não ser selvagem. Ou, pelo menos, é o que se diz.

Dessa forma, para que a taxa de juros não seja selvagem, tem que haver equilíbrio, justiça. Não a ignorância de sua aniquilação.

Do mesmo modo, o trabalho mal remunerado é tão injusto quanto sua contra-partida, a garantia de emprego. Seria muito bom se fosse diferente. Mas, não é. Nossa natureza animal ainda nos impõe a necessidade do estímulo, para não nos acomodarmos.

A ideologia socialista preconiza uma sociedade igualitária, mimada. Mas, historicamente, toda ideologia é falsa. Simples luta pelo poder. Usando a boa fé popular como massa de manobra. Beneficiando apenas líderes e instituições.

Observem que, atrás da guerra, sempre esteve a ideologia. Fosse religiosa, política, etnica, racial ou social. E a ideologia tem uma cara de cada lado: Para Bin Laden, é deturpar as palavras de Maomé. Para a Igreja, em sua Inquisição, era matar, torturar, invadir e saquear, em nome de Deus, apesar dos Dez Mandamentos. Para os comunistas, o assassínio de milhões em nome da ‘igualdade’. Para o MST, justificativa de invasão e destruição. Etc.

Isto também não é selvagem?!

Por um lado, o capital requer regulação equânime entre as contrapartes, para que haja justiça. Por outro, as mordomias ideológicas oneram a população, impossibilitando a produção, fazendo-a escrava do Estado ‘pai protetor’. É como pensar ser possível chegar a uma temperatura média, colocando a cabeça no forno e os pés no congelador.

Nosso governo assistencialista usa o Salário Família, dentre outros ‘cala bocas’, em lugar da Educação e do combate ao Spread Bancário. Mantendo o voto da pobreza, sem mexer no pote do poder financeiro e das várias mamatas vigentes.

Assim como foi o populismo no Rio de Janeiro, de 82 em diante: vivia da manutenção da miséria popular. Resultado: hoje o Rio é uma cidade favelada, a mercê do tráfico de drogas e das milícias. Por isto, tal partido permaneceu tantos anos no poder: pela ignorância escrava, sem Educação.

O Brasil segue o mesmo caminho. A razão esbarra na ideologia interesseira, falaciosa, boboca e utópica que afunda o Ensino e permite o abuso dos banqueiros em suas estrondosas margens de lucro.

Ora, o uso da razão está no equilíbrio, não nos pólos. Fosse diferente, os pólos do planeta não seriam tão hostis à vida.

Isto não é opinião. É ponderação.

Opinião é alguém gostar do azul. Outro, do vermelho.

Negando todas as outras infinitas possibilidades; e a Vida em nome do ideal.