INTIMA VIAGEM

A surpresa do convite foi tão grande que, de im-pacto, respondi logo que prefaciaria este livro, mesmo que não soubesse ler nem escrever. É que a qualidade da obra não deixa dúvida sobre a perspectiva do prefaciador. Ely é sobretudo uma pensadora e, por isso, está no ventre da vida, que ela sente em todos os seus matizes. Um dia, perguntada por um repórter na televisão, respondeu, um minuto depois, a universitária entrevistada que a coisa mais importante da vida é VIVER. E Ely vive. E vive porque não se cansa de procurar as belezas que o sambista reclamou esquecidas nos cantos da vida e que são, sobretudo, aqueles valores incorpóreos, só percebidos pelos que, à dife-rença dos que vivem correndo atrás do que não sabem, o que sem saber pra que, efetivamente vivem. Tudo isso para marcar a excelência desta obra, que é filha de sentimentos profundos e que precisam ser assi-milados pelo leitor, que, estou certo, sairá servido da incursão que por este livro certamente fará. Servido, por que, sendo a autora uma pensadora, terá o leitor uns encontros marcados com o pensamento, que é alimento da vida: “Penso, logo existo!”. Prova disso são as sentenciais afirmações dos PENSAMENTOS que abrem a sua obra, quase sempre COE-RENTES com o seu profundo sentimento de religação com Deus, só inconscientemente abatido pela confusão que faz de religião com seita na afirmação da oitava sentença, em que, por isso, e só por isso, se insurge conta o sacerdócio, a ele fa-zendo induvidosa injustiça...