As noites de lua cheia são argutas (Aislan Bezerra & Thaisa Maia)

As noites de lua cheia são argutas;

O amarelo lunar cor de mel;

O quase é o instante do infinito;

O vento sopra àquele que navega contra a correnteza.

Murmúrio,

cântico das galáxias despontando no céu.

Nas noites de lua cheia,

o infinito é o leito dos sonhos,

o infinito percorre o brilho dos olhos.

Assassinar a luz e destruir a alvorada.

Renunciar ao que é humano!;

O que é mal!; O que é o quase!; O Divino!; Até o infinito...

As flores negras que sangram

e que mancham a paisagem atonal

colorem as vestes do vendaval celestial.

Murmúrio suave, perfume inefável:

Matriz harmônica de beleza imortal.

Ecoa! Ecoa!

Quando a razão dorme a lua se apaga.

Escoa! Escoa!

Tal como fumaça,

além do infinito

a Terra se escorraça.

As tardes escurecidas são tríades dos sentidos;

O quase é o instante do céu;

O amarelo crepuscular colore o infinito;

O vento sopra àquele que navega com o destino.