Alvares de Azevedo e Giovânia Correia

Passei ontem a noite junto dela.

Do camarote a divisão se erguia

Apenas entre nós - e eu vivia

No doce alento dessa virgem bela...

Tanto amor, tanto fogo se revela

Naqueles olhos negros! Só a via!

Música mais do céu, mais harmonia

Aspirando nessa alma de donzela!

Como era doce aquele seio arfando!

Nos lábios que sorriso feiticeiro!

Daquelas horas lembro-me chorando!

Mas o que é triste e dói ao mundo inteiro

É sentir todo o seio palpitando...

Cheio de amores! E dormir solteiro!

Alvares de Azevedo

Oh!Alvares isso também sinto.

Quando cai o entardecer.

E a dor logo eu pressinto.

Sei que a noite irá me absorver.

É triste,é um puro abandono.

As noites "solteira" ficar.

É algo que tira meu sono.

Pois o meu ser vem atormentar.

Guardo bem aqui um lindo sonho.

E entre as estrelas ele componho.

E tudo vira uma doce magia.

E no meu silêncio vou ficando.

Com horas de amor sonhando.

Pois o desejo em mim irradia.

Giovânia Correia

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Biografia

Álvares de Azevedo

12/09/1831, São Paulo (SP)

25/04/1852, Rio de Janeiro (RJ)

O poeta Álvares de Azevedo, autor da Lira dos Vinte Anos

Atualizado em 21/12/10, às 7h15

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, filho do doutor Inácio Manuel Álvares de Azevedo e dona Luísa Azevedo, foi extremamente devotado à família, como se pode ver pelo início de um de seus mais célebres poemas:

"Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã; / Minha mãe de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!"

Pertenceu à chamada segunda geração do Romantismo brasileiro, influenciada pelo poeta Byron, cuja poesia se caracterizou pelo ultra-romantismo, subjetividade e pessimismo frente à vida.

Em todo o mundo, os integrantes dessa tendência romântica olhavam com desencanto para a vida e consideravam o sentimento do tédio como o "mal do século". Levavam vidas boêmias e desregradas, o que levou grande parte deles a contrair tuberculose.

A morte constitui o tema de grande parte dos poemas de Álvares de Azevedo. O paradoxo é que sendo ele o poeta dos versos sombrios e cinzentos, também cultivou o humorismo na sua poesia, devido à irreverente ironia de alguns dos seus poemas, como o famoso "Namoro a cavalo" ou "A lagartixa" que começa com os seguintes versos:

"A lagartixa ao sol ardente vive/ E fazendo verão o corpo espicha:/ O clarão de teus olhos me dá vida/ Tu és o sol e eu sou a lagartixa.

Outro elemento constante em suas poesias é a mulher, ora apresentada como virgem, bondosa e amada, ora prostituta, ordinária e vadia. Seus poemas também são marcados pelo patriotismo e o saudosismo da infância, além de certo satanismo, ligado à morbidez e à rebeldia dos românticos.

Álvares de Azevedo foi vitimado pela tuberculose aos 21 anos incompletos. Todas suas obras foram publicadas em livro postumamente: os poemas de "Lira dos Vinte Anos", a peça teatral "Macário", e o livro de contos "A Noite na Taverna".

Álvares de Azevedo é a patrono da Cadeira no 2 da Academia Brasileira de Letras.

Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/alvares-de-azevedo.jhtm

Giovânia Correia e Alvares de Azevedo
Enviado por Giovânia Correia em 04/10/2012
Reeditado em 04/10/2012
Código do texto: T3915420
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