Diálogos poéticos
Se a gente não conhece nem os buracos negros da nossa alma,
o que dizer dos brilhos miríficos da estrela de alguém
cuja esfera sólida esteja a milhões de anos-luz da conversa, do momento?!
Qui çá saber dos seus pensamentos menos cintilantes,
dos seus tormentos mais agonizantes,
da sua sombra sobre nós?!
(Antonio Dias)
Há pensamentos, muitos, cuja escuridão nos aguilhoa a conciência.
Fechamos os olhos a nossos outros universos, diversos, menos confortáveis
e onde nem luzimos, quiçá cintilar!
Buscamos nos cintilantes olhos-espelho de outrem, a luz
que perdemos em nós. Fugimos!
Não entenderemos jamais nem nosso breu nem aquela luz.
Condenados a divagar eternamente num cinzento espaço-tempo.
Devagar...
(Nairson)
Quantidades absurdas, absurdos quantas,
Sim! Sinais!
Cintilantes raios da íris verde do olho cinza de Alexandre,
Uma nuvem, uma nuvem, uma nuvem...
Uma chuvem é uma chuva que vem...
Vem dos quânticos abismos d'eu,
Perdido no caleidoscópio do manto da noite,
Achados nos campos d'alma
Chuva, chuva, chuva de açoite!
Muita calma de pescador, a rede, o fio, o manto
A teia condutora douradora dos bordados de aracne
Tornando possível sair do breu
Se encontrar no EU,
Se desperder do SIM
Se despedir do FÉU
Se despir do MEL
Se erguer no SOM
Se ir... Se ir... Se ir... se...
(Antonio Dias)