Diálogos poéticos

Se a gente não conhece nem os buracos negros da nossa alma,

o que dizer dos brilhos miríficos da estrela de alguém

cuja esfera sólida esteja a milhões de anos-luz da conversa, do momento?!

Qui çá saber dos seus pensamentos menos cintilantes,

dos seus tormentos mais agonizantes,

da sua sombra sobre nós?!

(Antonio Dias)

Há pensamentos, muitos, cuja escuridão nos aguilhoa a conciência.

Fechamos os olhos a nossos outros universos, diversos, menos confortáveis

e onde nem luzimos, quiçá cintilar!

Buscamos nos cintilantes olhos-espelho de outrem, a luz

que perdemos em nós. Fugimos!

Não entenderemos jamais nem nosso breu nem aquela luz.

Condenados a divagar eternamente num cinzento espaço-tempo.

Devagar...

(Nairson)

Quantidades absurdas, absurdos quantas,

Sim! Sinais!

Cintilantes raios da íris verde do olho cinza de Alexandre,

Uma nuvem, uma nuvem, uma nuvem...

Uma chuvem é uma chuva que vem...

Vem dos quânticos abismos d'eu,

Perdido no caleidoscópio do manto da noite,

Achados nos campos d'alma

Chuva, chuva, chuva de açoite!

Muita calma de pescador, a rede, o fio, o manto

A teia condutora douradora dos bordados de aracne

Tornando possível sair do breu

Se encontrar no EU,

Se desperder do SIM

Se despedir do FÉU

Se despir do MEL

Se erguer no SOM

Se ir... Se ir... Se ir... se...

(Antonio Dias)

Nairson Luiz Santos e Antonio Dias Evangelista
Enviado por Nairson Luiz Santos em 18/05/2012
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