Lágrimas ocultas - Florbela Espanca e Ocultas e perenes lágrimas - Giovânia Correia

Ousei rs...e acabei duetando um soneto da minha sonetista preferida:"Florbela Espanca".

Me desculpe de onde estiver poetisa, porque sei que estou bem longe de chegar perto do teu rastro,mas amo brincar com as palavras.

E quem segura uma poetisa e seus devaneios?

Lágrimas ocultas

Florbela Espanca

Se me ponho a cismar em outras eras

Em que ri e cantei, em que era querida,

Parece-me que foi noutras esferas,

Parece-me que foi numa outra vida...

E a minha triste boca dolorida,

Que dantes tinha o rir das primaveras,

Esbate as linhas graves e severas

E cai num abandono de esquecida!

E fico, pensativa, olhando o vago...

Toma a brandura plácida dum lago

O meu rosto de monja de marfim...

E as lágrimas que choro, branca e calma,

Ninguém as vê brotar dentro da alma!

Ninguém as vê cair dentro de mim!

Ocultas e perenes lágrimas

Giovânia Correia

Também trago uma fonte em meu interior.

Com uma dose extremada de saudosismo.

E assim vou compondo o que me causa dor.

Talvez com pinceladas de existencialismo.

Ah...tempos idos,tempos onde pude viver.

Pois,já sentia ao meu lado toda felicidade.

Onde podia amar, e logo todo amor sorver.

Pois encontrava momentos de cumplicidade.

E assim vou ficando mais que pensativa.

E sentindo escapar cada vez mais a vida.

Por fim vou vagando sem uma direção.

Vejo também ficar desfalecida a minha alma.

Cheguei a convicção que perdi toda a calma.

Sei que preciso fazer uma exteriorização.

Giovânia Correia e Florbela Espanca
Enviado por Giovânia Correia em 21/05/2011
Reeditado em 25/04/2013
Código do texto: T2984165
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