...esquecendo do mel... (II)
...na alma em desesperança,
indiferença vai matando; melancolia em aliança;
tesouro sangrando...
Os suspiros das gólgotas são ouvidos.
Abrem-se profundos abismos...
Os pensamentos se assombram na penumbra!
...na alma em desesperança,
perda do elo; grão de areia;
dispensando o belo.
A beleza sem laços de afetos,
impregna na alma solitária e triste,
o desespero em sua asa gélida e pesada!
...na alma em desesperança,
sobrevivente cansado; marcado semblante;
coração amargurado...
Com amarguras incrustadas,
nada mais faz sentido na noite azul.
A felicidade foge indiferente, aterrorizada!
...na alma em desesperança,
vida em fel; verdades indefinidas;
esquecendo do mel.
Os sonhos melíferos da paz silenciosa
dão lugar a tempestades bravias...
Os uivos do vento estremecem o chão da vida!
...na alma em desesperança,
cicatrizes no coração; sonhos alterados;
fel em aprovação.
No amargor dos sonhos desfeitos,
o mel do passado se faz fel.
Murcham-se as flores do castelo juvenil!
(Macris e Antenor Rosalino)