MÃOS VAZIAS (II)

Olho para minhas mãos...

Vejo que nelas ficaram as linhas de um sonho:

pedaços de castelos que construí

e se tornaram fragmentos tristonhos!

Colhi algumas flores quando havia...

Plantei grãos de sonhos no jardim da infância

que floresceram no campo.

Colhi sonhos a vida inteira.

Hoje tenho as mãos vazias...

O meu ser despido de esperanças,

num êxtase inócuo, ensandecido,

vaga por jardins floridos,

onde há flores em todos os cantos.

Deveria tê-las plantado no meu quintal,

pois, os sonhos, flores frágeis e perecíveis,

não resistiram ao grau das intempéries.

Há flores por todos os cantos...

Eu é que, do meu canto, não as vejo

Pelas vísceras obstruídas

No deflúvio do meu pranto.

(Macris e Antenor Rosalino)

Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti
Enviado por Antenor Rosalino em 15/10/2010
Reeditado em 06/04/2013
Código do texto: T2559029
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