ANJO SEM ASAS (II)
No martírio dos seus dias
De solidão e holocaustos:
Pupilas paralisadas...
Sonhos tristes na madrugada!
Coração liberto nas esquinas
Tem a rua por morada;
Vento frio teu sono embala
Entre alaridos desenfreados!
Papelão por cama na calçada...
Suplica migalhas...
Lágrimas nos olhos,
Por muitos, ignoradas.
Morre o triste a cada sol,
Para viver as sombras serenas,
Do céu que eternamente,
Será a tua morada.
Oh! Anjo sem asas!...
(Macris e Antenor Rosalino)