Intervenção
Intervir, intrometer, incomodar.
É a partir disso que viemos tomar a cidade, praticamente de assalto. Jogados na cidade, tentando fazer as pessoas pararem para ver, sentir e ouvir o medo, o desejo.
Conhecer o fascinante mundo existente dentro de uma cidade que muitas vezes tem medo de conhecer.
Sabe, que muitas vezes essa realidade alternativa existe, mas ficam cegos no tempo que perdem saltando de trem em trem.
Olham estáticos o mundo afora pensando na droga matinal que tomam com a ilusória xícara de café: liberdade.
Procurando o eterno equilíbrio entre a fantasia e a realidade que todas as manhãs passam pelo centro dessa terra de garoa.
São apenas sensações perdidas... Não são?
Surtos de um cotidiano que se apresenta tão normal.
Entenda: cansei desse normal. Não sou (e sei que também sou) apenas um corpo, peça de uma engrenagem.
Me declaro, intervindo dessa forma, um sujeito pensante, um sujeito vivente, cansado de se calar, de todo “santo” dia somente observar.
Continuo andando pelas mesmas calçadas, olho para as mesmas pessoas (são sempre iguais), tudo tão... Cinza.
Me perdoem mas hoje me sinto verde. Ontem me senti vermelho e amanhã talvez eu esteja azul.
Estou um tanto fora do padrão, fora do eixo, fora de moda. Fora dessa perspectiva tão comum e a partir de hoje não me calo mais, cutuco, tento, brigo teimo sem cessar.
Faço do meu caos, o caos dessas ruas.
Quero fazer real essa paixão de outrora, fazer dessas ruas um palco para a realidade esquecida nos cafés perdidos durante a sessão da tarde. Olhar pela janela do meu apartamento, pela janela do vizinho e sentir o medo que ele tem ao botar os pés na rua e encontrar o colorido de minha roupa, fazer enxergar o amarelo que roubei do arco-íris de meus sonhos surreais... Acorde pra vida meu bom rapaz.
A vida não é um mar de rosas de um velho buquê, mas não é o inferno de Dante na terra.
A vida simplesmente é a vida (o obvio dentro do obvio?). Aliás, o que é viver?
Bom... Ficar parado não é.
Esse texto foi feito por: Minari e Ana Sum... olhem os textos dela, são divinos! Eu recomendo!
Alias, adorei escrever ao teu lado Ana, espero que tenha gostado tambem!