Quantos? Todos que...
Quantos se foram tentando ser alguém?
Na busca do melhor, içaram seus barcos além...
Quantos prometeram que seriam mais?
Na ânsia de ter, não encontraram a paz...
Quantos choraram pedindo perdão?
Na anistia, sossegaram o coração...
Quantos não viveram?
Na busca do ilusório, no vício feneceram...
Quantos viveram em um mundo cruel?
Na tristeza da fome, viraram corpos de aluguel...
Quantos disseram que iam e já voltavam e nunca mais foram vistos?
Nos tempos da tirania, muitos sumiços imprevistos...
Quantos deixaram quem amavam pensando que ajudavam, e não ajudaram?
Nos pensamentos errados, por amor se abalaram...
Quantos sentem frio a noite, sozinhos?
Na pobreza desmedida ou na falta de amor, há solidão nos caminhos...
Quantos imploram pra tudo melhorar e tudo continua do mesmo jeito?
Na ausência da fé, o homem esquece que não é perfeito...
Quantos acham que a vida é conto de fadas?
No sono permanente da ilusão, as histórias são aladas...
Quantos pensam que o céu está em seus pés e o chão na suas cabeças?
Na confusão do ser, orando, Deus ajeita as sentenças...
Quantos vivem tentando morrer?
Na frieza dos dias modernos, é preciso se fortalecer...
Dormem, não querendo acordar?
Na dor da alma, só afeto ajuda a melhorar...
Quantos queriam parar no tempo para ver se voltam atrás?
Na ampulheta da vida, o re_torno não satisfaz...
Sem perceber que nada volta e que tudo passa?
Na roda-viva dos dias, cada um deles tem sua própria graça...
Quantos são como você, como eu, como ela, como ele, como nós?
Somos todos filhos do mesmo Pai e que teve morte atroz ...
Quantos foram, são ou serão?
Todos aqueles que amaram, amam ou amarão...
Quantos viverão?
Todos aqueles que a Palavra vivenciarão!
E quantos sobreviverão?
Todos os que nas Águas Divinas mergulharão!
Nadja Veríssimo
Denise Severgnini