Por + Pandemia

Dois anos maravilhosos, 24 meses, notavelmente, jubilosos, 730 dias dourados, pois a obrigatoriedade de usar máscara na boca, tapava o sorriso pálido e banguela de um caduco e ao mesmo tempo, recém nascido.

Ao olhar as máscaras e demais materiais protocolares usados e as fotos tiradas na época, por não mais satisfazer o meu ego e vaidade, me bate uma tristeza, um vazio interior, uma dor não explicada!

Desejaria tanto implanta-los, uuuuêh, uuuuêh. Onde arrumar grana? Uuuuêh, por mais Pandemia...; ser chamado de Muta boca murcha é morte; mas também pode ser a alcunha de sorte.

Bem, vou tirar proveito da situação e candidatar-me para Prefeito em minha cidade, Monjolo Sant' Antão das Farinhas, cidade localizada no semi-árido do Piauí, Nordeste do Brasil, América do Sul; continente, o qual devido o desequilíbrio ambiental causado pela ação antrópica, América das chuvas, dos ciclones, dos deslizamentos de terras, dos estouros de barragens e traficantes que não tomam Sol, etc. Para o bem dos ventos e da verdade, 35 graus Celsius na sombra, tá lascando metais e dentaduras.

Retornando à candidatura, o slogan que cantarei, é:

Vote em Muta Boca Murcha,

Prosperidade é man(ar)

Estarei sempre para trabalho,

E nada para fofocas de Sapp,

Tic-toco, feicibucu,

Corrupção em meu mandato,

Não é minha feição;

Portanto, nem pensar;

Ando rápido,

Sem parar,

Conheço o atalho,

E enquanto levam o milho,

Trago o fubá,

Infalível,

Qualificam-me: Boca murcha, o terrível,

Não nego,

Não falho.

A candidatura para Prefeito é fuga, é uma máscara invisível e silenciosa, mas Eu prefiro mesmo, é Pandemia. A Dita cracia dura do Demo é isso: nem tudo que a gente quer, querem e pode; em compensação, cada um tem o direito de expressar o que quer e gosta; então, um cálice para os incomodados.

Eu aprovei e continuo aprovando Pandemia; no mais: foda-se! E votei no Dino para governador do Maranhão, em João Dória para governador de Sumpalo e votei e repito meu voto no ex-detento Lula, para Presidente.

Troquei o oxenti bichin, pelo troqueis, palavra que aprendi com um gringo ingrêis.

Vencidos os meus 3 textos,

Aqui no Recanto,

Ou no rolar das pedras,

Em qualquer canto,

Nos vemos ou lemos,

Traveis.

Uma vez que meus atos não podem trair minhas palavras, portanto vou trabalhar; e iniciando a campanha, fincarei o mastro, com a bandeira do Muta Boca Murcha nos assentamentos dos homens, mulheres e crianças sem terra, dos peitos peludos descamisados, dos pés cascudos descalços, dos pedintes sem teto, dos sem amor e afeto.

Da Pandemia ficou a saudade escancarada no espelho e também na escova de dentes; objeto que não uso há décadas.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 28/02/2024
Reeditado em 29/02/2024
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