Ao aproximar a Primavera
Se o caríssimo leitor precisa e assina uma procuração, elegendo governos, fatalmente é alguém que não se governa.
Hilaridades do Mutagambi
Eu estava regando minhas hortaliças que ficam encostadas ao lado do muro da garagem. A pequena horta foi feita em vasos de garrafas pet. Molho as couves. Rego o cheiro verde. Cheiro verde? Grande descoberta é saber que as cores possuem cheiro. Sob essa ótica, a cor preta e roxa devem cheirar defunto.
Fora certas divagações que me ocorre, continuei regando minhas plantinhas. Repentinamente, ouço um caminhão oferecendo redes. Atrás, vinha o vendedor com algumas delas no ombro.
- rede aí, patrão? Vamo comprá uma hoje. Veio da Paraíba, especialmente prá tu.
Fiquei sem saber se o pratu era cheio ou vazio; porém, diante da indecisão, respondi: "meu fi, hoje tô somente pra cumê covê".
Sem entender nada, com seus dentes amarelados pelo tártaro, o vendedor abriu um sorriso descorado. E abriu o compasso das pernas atrás do caminhão.
Eu por minha vez, continuei regando e batendo um papo com as hortaliças. Vale ressaltar que do nada soprou uma lufada de vento e todas, ratifico, todas as plantinhas curvaram-se, fazendo uma mesura para mim.
Ao sair, antes de virar a costa para Elas, disse claro e em bom tom que carisma, respeito, carinho, generosidade e o ato de cativar, estão fora de moda. À muito tempo...
E novamente soprou uma lufada de vento e Elas, as minhas plantinhas dobraram-se em minha direção. Certamente, hoje será mais uma dia de rara felicidade para mim. Graças e louvor a Deus pela saúde, inteligência e o alimento diário. Amém.
E fui realizar outra tarefa, pois mente desocupada é ferramenta do Lúcifer. Em tempo, Eu amo, deleito-me em servir, ser útil; aliás é bíblico que Deus venera, acolhe, protege quem trabalha.
Sobre alguém que se dedica ao próximo:
Em tempos acirrados entre a comunicação em tempo real e o excesso de conhecimento teórico, tempos no qual os cientistas apontam a ciência como a solução para tudo, quem vivenciou as muitas nuances da vida, fez laboratório de pessoas e seus muitos problemas de relacionamento, energias e auras, destaca-se naturalmente.
Taí alguém que fez deste legado experimental humano, a prática de cura; com isso, trabalha incansável em prol da disseminação e auxílio dos necessitados.
Alguém como Ele, está muito além da mesmice humana, muito porque usa os cinco sentidos que Deus, o Criador de todas as Coisas, deu-o, gratuitamente. E não há nada de genialidade, mas sim olhos, ouvidos, faro, tato e olfato. Louvemos!
Talvez, por faltar com a percepção oriunda dos cinco sentidos, o português José descreveu os tempos modernos, como época da cegueira. Já o filósofo Bauman chamou-o de "Tempos líquidos".
E ponha cegueira e liquidez, nos dias atuais.