Passei em frente a sua casa e tinha um gato sobre o Telhado

Qual espécie de açúcar seus órgãos biliares degustam?

Pergunto,

Por que para os meus,

Quanto mais amargo-fel,

Lambuzam-se em doce-mel!

Nem tudo que circulam nas coronárias,

E passam pelo coração,

É excesso de amargor,

Mas, ausência de açúcar no sangue.

Sobre o selim de uma bicicleta, voo para o infinito. Sem asas; sim, sem asas, mas sobre dois pedais, pedalo em direção ao infinito. E para atingi-lo, força e equilíbrio é o que necessito; pois com as porteiras de estradas e estradões escancaradas, lanço-me em matas verdes, verdadeiro Quintal de Clorofila, onde o sol pousa suas ondas espectrais de 7 cores sobre as folhagens, gerando a pigmentação verde, cuja finalidade é fornecer-me energia calórica transformada em trabalho.

Com o suor escorrendo em bicas, lavando o corpo e salvando a alma e lançando por terra o meu ego vaidoso, por mais que Eu faça e aconteça, existe uma cadeia sequencial imposta pelo universo; e deve ser, obrigatoriamente, respeitada. Essa é a lição de cada viagem...; que por mais sofrida que seja, é um voo à feliz liberdade.

Ainda acredito que a cultura, a sólida cultura ainda moverá o mundo. Sim, acredito que ela calará a voz dos falsos testemunhos, cegará as vistas e feito gume afiado, cortará a língua de bisbilhoteiros e linguarudos. Ainda há uma fagulha de esperança, cujo nome é Cultura.

Sêneca nunca mais:

A filosofia filosofada pelos modernos filósofos, não incorporam os conceitos morais filosóficos proverbiais dos antigos filósofos; porém, para não entenderem que o ensino disciplinar da mesma perdeu o sentido por completo, professores e alunos ensinam e aprendem filosofar, só e somente, sobre bandeiras ideológicas e militâncias políticas.

Como os princípios, compensam os meios, saem filósofos das faculdades, aptos às gravatas, aos ambientes com ar condicionado e tronos políticos; e nada de megafone em bancos, gramados e coretos de praças. Não obstante, era no largo de igreja que o sol banhava e após limpas, cobria-as as sombras com sabores, ideias e labores. E todos, intelectuais e analfabetos, degustavam da mesma iguaria, denominada conhecimento e saber.

O que não é o caso de quem ainda se propõe à filosofia, com toda sua inteireza, com toda sua plenitude, com todos seus exemplos análogos / didáticos, como fez Sócrates, Sêneca, Diógenes, Platão, Gibran e outros, e como faz essa Senhora, Professora, Mestra, Lúcia Helena.

Pois, Ela deve ser filósofa, como foram os filósofos do passado, os quais tanto ensinavam, quanto aprendiam com um gari. Sabiam Eles e sabe Ela, que observar a evolução de um pássaro, ouvir seus pios, protege-lo nos primeiros voos e repassar conhecimento, é lei primeira e compromisso social juramentados pelas mentes, brilhantementes, raras.

Esclarecidas e elucidadas por Lúcia Helena, sempre, a moralidade Sênica nunca mais. Como o filósofo que morreu pelas mãos de seu discípulo, Nero, engano religioso dizer que Cristo voltará à Terra, novamente.

Ademais, porque os conceitos e ensinamentos sobre moralidade ética já foram passados, repassados, ensinados e os milagres, feitos. Contudo, ainda resta uma Sombra debaixo do Sol; e um gato sobre o telhado de sua casa.

Afirmo, por que os vi; e o fato de ver, torna minha consciência, juíza das minhas atitudes, escritos e falas.

Desertificação

Cultura, nacionalidade e sombra geracional representam um povo. E o ajuntamento dos povos, representa o sol cobrindo uma nação.

É, retornei de viagem e pelos quatro cantos que pedalei, verifiquei que desertificação é área desmatada e incinerada, deixando-a nua, pobre, desmineralizada; e o pior: irrecuperável, pois, ao invés de mantê-la, preserva-la e atacar o problema em estágio inicial de degradação, esperam chegar ao ápice da destruição e caos, para iniciar o processo de recuperação do solo.

Retornei sabendo que trabalhar e pedalar, dão trabalho; e negar, esconder-se do trabalho resulta na maldita cultura moral do quanto pior, mais rentável e melhor.

Pelo estilo de gato que vi, pelo miado que ouvi, no chão que pisei e diante da cultura estabelecida pela grande família Brasil, como as nascentes e riachinhos, meus sonhos e lágrimas secaram.

Contudo, para o bem ou para o mal, cultura é o que move um povo. Tece o balaio para formar uma sociedade, cujo significado, é grupo de gatos sócios que, alimentando-se de ratos ou tomando leite no mesmo pirex, usufruem de um telhado comum.

E devido o excesso de carga, uma hora qualquer, - talvez, nos próximos 3600 s - a verdade vem à tona e a casa, ploft, pum, pum, tomba, cai, desmorona.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 17/07/2021
Reeditado em 17/07/2021
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