Discursando para as Estrelas
Ensaio, em Saias!
Largas ou rendadas,
Rodopiam as vistas,
Giram em leitura,
Curtas ou Rodadas.
Em seu interior,
Bem lá no recôndito,
Guarda uma pérola,
Confeitada de fel,
Misturada com sal,
Mel,
Doce sabor.
Não faço delas,
Cabana;
Mas ensaio,
Em saias!
Respeitar o perigo,
É uma das maneiras de preservar a vida.
Prioridade para a Vida
Quase tocado, acariciado, beijado pelas longas e coloridas estalactites que se formam pela umidade e o pó desprendido das enormes rochas no decorrer de décadas e mais décadas, o riachinho desce serelepe e borbulhante no interior da caverna rochosa.
Abre-se por aqui, escamoteia-se das pedras por ali, escafede-se por lá. E vez para outros, mergulha ligeiro por debaixo dos obstáculos sem deixar rastros. O labirinto segredo, ora mais largo, ora estrangulado, vai dizendo ao humilde filete de água, por onde ele deve, obrigatoriamente, passar; e sem mostrar resistência, segue o imposto.
Numa abertura qualquer, o sol espraia seus raios sobre a superfície de suas águas e por obrigação e beleza, os reflexos dançam a ginástica rítmica nas rochas. Tudo que é natural, transforma-se em espetáculo sem igual. Não pede aplausos ou reverência.
Dado aos encantamentos mágicos, após findada a apresentação para si e mais alguns intrusos que aparecem do nada, segue sua sina.
A solidão de passear pelo túnel desconhecido, finda quando o filhote abandonado à própria sorte chega à uma confluência qualquer, e é tomado por um pai generoso, de curso maior.
Tal lei é irreversível; e diante da tendência natural de tudo, os pequenos doam o pouco que possuem, para os maiores. Na Natureza, dividir e repassar é a sentenca.
À continuação, tal operação de dar e receber, vai abastecendo mesas de fartura e dividindo os cardumes de peixes, levando felicidade aos lares; provando que dentre a igualdade socializadora, não há nada mais socializador, que a solidariedade dos rios.
Os rios não falam, no máximo pororocam, mas para quem entendi o mínimo de linguagem aquática, ao pororocarem, alertam que a vida deveria ser mutirão de um, dois, três..., todos juntos, unidos e misturados, tecendo, edificando, fazendo e acontecendo em prol do bem comum.
Todos os rios iniciam minúsculos e preferem repassar as responsabilidades para outro; e os rios acolhedores quanto mais desejam correr matas, despenhadeiros, visitar povos e cidades grandes, mais recebe os afluentes. E ao chegar volumoso, caudaloso à foz, tem força suficiente para competir e empurrar as águas do mar, garantindo assim, que suas águas não se misturem com as águas marítimas.
Para esses gigantes, a grande conquista é manter-se rio de água doce em doces águas, do início ao fim; e matá-los num ponto qualquer, é o mesmo que roubar sua genuidade, é o mesmo que trocar sua doçura, pelo sabor do sal.
Corrosivo e ferruginoso sal que fará minguar as mesas fartas; calar a felicidade dos lares e não menos, tapar o olho lacrimejante de água que ficou bem longe de onde Ele foi minguado. Alargado; represado; estrangulado; poluído; contaminado; afinal, existem várias maneiras de exterminar o líquido precioso mantenedor de vidas.
Nota do autor: certamente o prócer leitor já ouviu, ou leu algo parecido em algum folhetim, mas vale como reforço: a grandeza ou pequenez de suas atitudes, é proporcional à honestidade e ousadia, aplicadas a elas.
Trocando em miúdos, pela lei da semeadura, ou eterno retorno, ou ainda da igualdade: se és pouco ou nada honesto e ousado consigo, pouco ou nada, será o galardão; ou colheita, se assim o satisfaz.
E a vida de Rosas vivas,
Em roda gigante,
Finda.
Eu não posso ser escravo de meu bolso; bem como não posso ser escravo da padronização e personalização impostos pela sociedade.
O que mais Eu preciso, além de um prato de comida bem servido e 5 copos com água, diariamente? E qual o custo dessas coisas?
Eu devo por obrigação e direito, Eu ser Eu. Livre, humano, amigo honesto dos honestos e benévolo nas ações.