Carnaval sem Bateria
"Um povo que não conhce sua história, está fadado a repeti-la".
O lado carnavalesco da Vida
Sinto-me feliz por não ser o máximo, nem o mínimo; como também não sou Belchior, nem Nego Di; nem anjo do mal, nem asno puxador de carroça; nem a cumeeira do telhado, nem eira e nem beiral; nem vertente do bem, nem ás intelectual, porém, um sujeito brasileiro / americano, incrivelmente, medíocre.
Terminados os afazeres, momento que o sol sumia para o outro lado do Planeta, Ela aparecia, sentava no alpendre de cimento colorido, ligava o radinho Evadin de pilha e ao contemplar a vazia escuridão da noite, enamorava a Lua e colhia Estrelas cintilantes; e em cada uma delas vindas à sua mão, um sonho enchia-lhe os olhos de lágrimas.
E se choram as vistas, é porque dentro daquele coração sentido, há um rio caudaloso que transborda emoção; o qual, em suas margens escorregadias pelo mais puro sentimento, poucos pescadores atrevem-se pescar. Trocando metáfora por metáfora, amíude, dentro daquele rio, ainda pulsa a poesia, retrato escrito e declamado pelos românticos.
Ria, ria,
2020, ano de pandemia,
2021, samba silêncioso,
Carnaval sem bateria,
Dura o mesmo tempo,
Cachaçada, lança perfume na folia,
Em número de dia.
A arte é, e sempre será, a atividade humana que transcende o materialismo terreno; e quando esquecermos o ter e reconhecermos os devaneios da alma, as fraquezas da carne e as derrotas do Ser, não duvides que verdadeiramente artistas e humanos, seremos.
Por enquanto, cada um ao seu modo, contentemos em ser um diamante bruto possuído pela indiferença que nos ensinaram, a casca grossa separada do cerne, um coxo claudicante sem alma e sem coração, que em cada amanhecer, continuam nos ensinando, ser.
Uma vez que a democracia brasileira precisa ser redemocratizada, pelos mesmos motivos, os alfabetizados carecem de aprendizado, precisam urgentemente, saber a lição, sem no entanto, decorá-la; ademais, como os religiosos confundem religião com os ensinamentos de Deus, diuturnamente, os escribas e doutos andam confundindo lição de casa, com dever de casa.
Permanecemos trocando porca miséria, por miséria porca; o que deveras, são porcarias totalmentes diferentes; porém, iguais na mesmices.