Ensaio para os que Ficam
A Locomotiva
"Senhores e senhoras que aqui estão,
Noto fora,
O que carrego dentro de mim.
O que quero dizer?
Em breve os galos cantarão,
O Santo Padre benzerá,
Os sinos anunciarão,
E as carpideiras chorarão.
Eu?
Cumprindo meu papel,
Envelopado em cor vívida,
Preto ou roxo,
Tecido de cetim.
Estarei, portanto,
Senhores e senhoras,
Novamente aqui,
Matando o Tempo.
Aliado à um coração que se recusa a pulsar no próximo segundo,
É questão de minutos,
Para o tempo enterrá-los.
Ato e fatos consumados,
Aí...:
Acertem-se com o tempo.
E além da maleta com 4 alças,
Cochicho no ouvido o "siga em paz",
Presenteio quem merece,
Coroa de flores carmim.
Testemunhe quem viu,
Pois tudo acabou,
Até a brevidade derradeira terminou,
Assim!"
Caminhemos ao destino final.
P.S.: eu sou a repetição, que amiúde, é o rotineiro ponto final da monotonia redundante da vida!
Você silencia. Eu nada apito. Abismo aberto pela fria indiferença.